Search
sábado 20 abril 2024
  • :
  • :

Cirurgias plásticas precoces são arriscadas para adolescentes

Cirurgias plásticas precoces são arriscadas para adolescentes

As mudanças do corpo na fase da adolescência são algo natural, mas nem sempre bem aceitas pelos jovens. A comparação com outras pessoas, ídolos ou ícones da moda, e a ansiedade de alcançar o objetivo estético levam à busca por cirurgias precoces. Uma das formas de auxiliar na compreensão do desenvolvimento corporal desse jovem é procurando um hebiatra, mais conhecido como médico de adolescentes.
A especialidade é focada nesta fase da vida, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), vai dos 10 aos 20 anos. A hebiatra do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Roberta Machado Bozzetti Cintra, explica que o médico tem o objetivo de trabalhar essas necessidades.
“A consulta com o hebiatra visa trabalhar a aceitação do corpo, explicar as diversas alterações que acontecem no período. Dependendo da faixa etária, com outros profissionais, não serão observadas e nem analisadas essas mudanças de forma dinâmica”, ressalta a hebiatra.
Para se ter uma ideia, dados recentes do Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) apontam que, entre 2015 e 2016, cerca de 200 mulheres com menos de 18 anos fizeram cirurgia íntima feminina, a labioplastia. Desse total, 150, o equivalente a 75% tinham menos de 15 anos. No Brasil, esse procedimento cresceu 250% em um ano.
A especialista ainda ressalta que as queixas estéticas são comuns e que nessa fase os adolescentes buscam sempre por resultados imediatos. Mas alerta para o risco de processos cirúrgicos. “Como o adolescente ainda não está com o corpo totalmente desenvolvido, alguns tipos de intervenção são arriscados, sob a pena de não apresentarem resultados satisfatórios no futuro. Mas cada caso deve ser analisado individualmente”, explica. “Por exemplo, a correção da orelha em abano, também chamada de otoplastia, é permitida na adolescência, mas a cirurgia íntima é muito precoce.”
A hebiatra salienta que esses procedimentos devem ser feitos no fim da adolescência e início da fase adulta, para que o jovem tenha a certeza da necessidade e decidir com mais clareza se é viável ou não realizar qualquer tipo de cirurgia plástica.