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quarta-feira 24 abril 2024
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Jubileu 300 anos Nossa Senhora Aparecida – Tomé, a fé no Altíssimo

Jubileu 300 anos Nossa Senhora Aparecida – Tomé, a fé no Altíssimo

No segundo passo da arcada dos apóstolos encontramos Tomé. No percorrer desta trilha sensível, estamos nos desapegando do senso comum, de ideias construídas e repetidas, permitindo que o símbolo nos envolva em sua capacidade de revelação. Caso este seja seu primeiro contato com esta coluna, aconselho que acompanhe a construção desta jornada em www.diariodetaubateregiao.com.br para mais informações.

Todos nós conhecemos o toque de Tomé na chaga de Cristo. Em um primeiro momento ele simbolizava a fé nascida de uma constatação. A dúvida presente na esfera humana e o nascer de uma fé inabalável, agora, apontam para o alto. Acredite no Altíssimo! O gesto revela a descida do espírito na matéria e a existência do ponto de onde viemos e para onde deveremos retornar.

Sua presença na praça declara que a luz veio de altas esferas, desceu dos céus, se fez homem para viver entre nós e mostrar o caminho de volta: “Buscai primeiro o Reino de Deus… E tudo mais vos será acrescentado…”.

Neste passo encontramos o pedreiro da grande obra e seu esquadro, personificação do “Grande Arquiteto da Forma”. A organização da matéria manifestada é idealizada por uma consciência maior e obedece a uma projeção regida pela linha do tempo. Tudo no universo possui cor, forma, som e um número quantitativo denotando sua característica. O esquadro racional de Tomé indicam, além de tudo, a beleza da organização e o sentido real na ocupação do seu espaço no mundo material.

A descida da luz, assim como a natureza do “caminho reto”, se manifestam na linha reta oferecida pelo esquadro que, além de ser orientador em obras civis, é utilizado no traçado de linhas retas verticais com precisão de 90 graus (assim como deve ser a expressão do caráter em moral exemplar). Sua retidão é inspiradora na condução desta jornada alquímica da alma  e, desta forma, Tomé apresenta a clareza do caminho solar e a retidão para avançarmos nos próximos passos.

As vestes deste mercuriano vão muito além de um uniforme de pedreiro, expressando alguns trajes utilizados em processos alquímicos e também uma elaboração mais meticulosa. Associado ao arquétipo do “Governante”, sua postura expressa objetividade e guiança segura, personificando a presença do Criador, o “Grande Geômetra“. Assim, Tomé é o segundo momento do desenvolvimento estrutural da civilização, que se projeta em uma área espacial mais lógica e funcional.

O universo é matemática pura. Na presença deste passo estão o pensamento de Pitágoras e a maestria do racionalismo de Pascal (com a teoria das probabilidades e sua máquina de calcular), os saltos dados pelo desenvolvimento da mente humana com Isaac Newton, Schopenhauer, Apolônio de Tiana, entre tantos outros. Meditemos neste ponto da jornada e observemos a evolução do primeiro passo em Simão em relação a este em que estamos agora.

A porta que compõe a imagem traz o símbolo maior da cruz e da matéria, mas também a abóbada que nos acolhe em forma de semicírculo, acobertando o grande retângulo em forma de portal. Na beleza da flor-de-lis, denotando também lealdade e honra, a pureza indica um estado a ser alcançado pela arcada nesta caminhada, meditando a necessidade da retidão das ideias, comportamento e respeito com o espaço oferecido a todos em comum.

Receba deste momento, na visão do conjunto de símbolos deste passo, a mensagem: “Confie em Deus! Tenha moral e caráter retos! Lembre-se: nossa casa está no alto do céu!”.

 

Por Cláudio Mariotto – Terapeuta

23/09/2017