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quarta-feira 8 maio 2024
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Giramundo – O último trem ou um ponto de partida para o desconhecido

Giramundo – O último trem ou um ponto de partida para o desconhecido

Quando a história parte no último trem, somos compelidos a buscar novos caminhos para pavimentar os sonhos que emergem do nosso cotidiano. Nessa jornada, encontramos muitas buscas, cada uma revelando novos pontos de partida que escancaram os vazios internos, mesmo quando malversados saberes se enredam nas poucas questões que surgem nos encontros que reservamos à nossa própria vida.

A cada manhã, ter o sonho renovado em algum lugar torna-se um ponto de partida crucial, uma âncora que não deve se desvincular da memória. Os dias, à medida que passam, deixam suas marcas silenciosas em nossos rostos, cada linha e ruga contando uma história de afetos, revelando um espírito que oscila entre o bem e o mal diante das diferentes situações, sem a imposição atávica da memória.

Às vezes, alheios ao próprio tempo, somos compelidos a deixar as vozes do passado se tornarem claras, permitindo que cada ponto no cotidiano seja mais uma forma de leitura, liberando a vida das amarras do presente que, de certa maneira, inibem os avanços em direção ao futuro. Não há novidade na linha do tempo daqueles que buscam uma consciência mais aguçada, mas muitas vezes, envoltos pelo medo, deixam-se levar por caminhos já trilhados.

A história de um lugar, muitas vezes, serve como ponto de partida para aqueles que buscam, com mais confiança, transitar do sonho para a realidade. No entanto, se esses encontros e desencontros não se sustentarem sob a égide progressiva da verdade, surge um “porém” incontornável: a construção do próprio ser. Uma jornada que demanda tempo, uma empreitada que, por vezes, requer uma vida inteira para que a essência do ser se revele plenamente no próprio eu.

No último trem, a história parte, mas o que fica é a bagagem que carregamos, não só de pertences materiais, mas das experiências, dos encontros e desencontros, das buscas e pontos de partida que moldaram a nossa existência. Cada estação, cada parada, representa uma oportunidade de crescimento, uma chance de construir, de forma paciente e persistente, a trama única que é a nossa própria história, um ponto de partida para o desconhecido que nos aguarda.

por Oswaldo Macedo