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sexta-feira 20 setembro 2024
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Coluna Espírita – O Misterioso Poder

Coluna Espírita – O Misterioso Poder

• Maria Lúcia Garbini Gonçalves – Porto Alegre/RS
Esse título é do prefácio escrito por Wallace Leal V. Rodrigues na maravilhosa obra “Segue-me” (1), de Emmanuel, pela editora O Clarim.
Ele começa falando do desenvolvimento espantoso que o Espiritismo teve no Brasil narrando os fatos notáveis que impactaram o Brasil.
Wallace começa comentando sobre o famoso programa “Pinga-fogo”, da TV Tupi, dos idos anos 70, onde o médium Francisco Cândido Xavier responde às perguntas do público e que bateram todos os recordes de audiência de IBOPE no Brasil. Depois sobre a chegada “cataratas de ofícios” de convites a Chico Xavier para título-honorário de suas cidades. Fala ainda dos diálogos que o ilustre médium teve com os cadetes da fechadíssima Escola Superior de Guerra.
Segundo dados de 25 de setembro de 1992, nos conta Wallace que milhões de livros espíritas foram editados no Brasil, dentre eles 5.775.000 exemplares do Evangelho Segundo o Espiritismo. Imagine, leitor, a que números estaremos hoje no Brasil e no mundo somando-se as obras traduzidas para outras línguas desde 1992, sem contar com as outras obras.
Wallace continua sua narrativa contando da espantosa dedicação de Chico Xavier que durante a II Bienal Internacional do Livro, realizada no Ibirapuera, “autografou cerca de 10 mil livros, num período que mediou entre 14 horas da tarde do domingo e 4 da madrugada da segunda-feira”, deixando os livreiros perplexos.
Wallace também comenta os fenômenos do interesse de homens da ciência aportando no Brasil querendo saber mais sobre o médium José Arigó.
Outros fatos de impressionante importância são mencionados no prefácio, mas o que nos chama especial atenção começa a partir dos fatos a seguir.
Antropólogos e cientistas interessados em parapsicologia, dentre eles o professor Cândido Procópio Ferreira de Camargo que defendeu tese com uma obra pela “Biblioteca de Ciências Sociais” intitulada “Kardecismo e Umbanda” investigavam o fenômeno Espírita.
E começam os questionamentos: “quem esteve e está dando o “recado” do Espiritismo – e tão bem dado, com tão alto poder de se expressar -, de um lado – e de aprender, de outro -, de modo a que toda a gente entendeu e entende, entusiasmou-se e se entusiasma, cada vez mais, a ponto de um fenômeno esdrúxulo estar em andamento: o país que se diz o mais católico do mundo é, igualmente, o mais espírita do mundo???”
Wallace explica que é esdrúxulo porque o catolicismo tem sido uma espécie de Golias na História da Humanidade, mas chegou um “garotão de 100” anos (na época da edição do prefácio), que “sem querer brigar e se desviando das bordoadas para, usando seu estilingue certeiro, arremeter como frutos de entendimento, flores de amor e de tolerância”.
“… Quem compreendeu o trabalho renovador de Kardec e soube transmiti-lo de maneira tão eficiente? Quem foi que deu a esses “90 milhões em ação” (2) uma obra que, sucinta a 5 volumes básicos, fê-la tão entendível, tão capaz de convencer, sem insistência, sem imposição, fazendo sorrir e chorar como se tudo no mundo, até a dor e a dificuldade torne-se em glória, de maneira tão acessível, tão lógica, tão pertinente, tão respeitosa das liberdades individuais…”
“Quem criou esse exército de simãos-sirineus que, invariavelmente, encontram-se para estudar os Evangelhos, legados por Cristo, magnetizar a água pura e providenciar o possível para os corpos e os espíritos?”
Estudioso espíritas reúnem-se para discussões e seminários, desenvolvendo recursos para “enfrentar a razão face a face”. E como eram pessoas das classes médias ou pobre, tendo que trabalhar, precisavam ter um método de leitura de rápida assimilação e com máximo de rendimento. E quem soube e pode manipular a linguagem de tal modo que propiciasse tal assimilação da leitura tão rápida? Questionava um jornal paulista, o Estadão.
Na época, tornou-se famoso o professor François Richaudeau, Coordenador do Centro de Estudos e Promoção da Leitura, de Paris, com o seu livro, “de fundamental valor, na história da percepção dinâmica: A Legibilidade. Ele fez entender que as elites serão comandadas pelas pessoas que SOUBERAM O QUE LER, que souberam COMO LER, mesmo pondo de lado que o façam em velocidades diferentes”.
O livro “A Legibilidade” caiu nas mãos de Wallace e para sua surpresa, e de Chico Xavier, é constatado que o espírito “Emmanuel empregava a metodologia descoberta por Richaudeau, levando, conseguintemente, o leitor à leitura dinâmica que, por sua vez, motivou os surtos crescentes de progresso que o Espiritismo apresenta em nosso país, e que não podem ser comparados a nenhum, em qualquer outra nação da terra, inclusive à própria França.”
Daí porque lemos tanto as obras espíritas, daí porque não interessa o número de páginas, ou o tamanho das letras, vamos devorando cada palavra com fome de luz. Toda a codificação é assim, além das palavras bem escritas e direcionadas de Kardec, é impregnada com o magnetismo de Nosso Senhor Jesus Cristo, a nos chamar para a semeadura e à reforma íntima. Cada palavra é como uma melodia suave a nos levar ao Reino de Deus, que poderá demorar, mas chegará, isso é o Consolador.
Referências:
(1) XAVIER, Francisco Cândido, pelo espírito Emmanuel. Segue-me. Ed. O Clarim
(2) Refere-se à música em homenagem à conquista da Copa pelo Brasil em 1970