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sexta-feira 26 abril 2024
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Donos de quase 1.000 imóveis de Campos do Jordão deixam de enviar esgoto para tratamento

Donos de quase 1.000 imóveis de Campos do Jordão deixam de enviar esgoto para tratamento

Campos do Jordão, a Suíça brasileira, possui uma das mais modernas estações de tratamento de esgotos do país, mas, mesmo assim, 915 clientes não ligaram suas casas à rede coletora disponível. Com isso, eles jogam seu esgoto nos rios da cidade em vez de mandá-lo para tratamento. O problema ocorre em diversos bairros do município, tanto em áreas centrais e badaladas, como Capivari, Vila Inglesa e Altos do Capivari, quanto em regiões mais afastadas do centro.
Quase 10% dos imóveis sem conexão são comerciais ou pequenas indústrias, como padarias. Ou seja, a enorme maioria dos casos em que o esgoto deixa de ser tratado acontece em casas. Em junho, a prefeitura publicou um edital dando 120 dias para todos os imóveis pendentes se conectarem à rede da Sabesp. Uma medida importante para uma cidade que tem no turismo sua principal atividade econômica e de geração de empregos.
A ligação de esgoto é obrigatória para quem reside em área urbana e tem
imóvel em rua que dispõe de coletores. A obrigatoriedade da conexão está
prevista na Lei Nacional do Saneamento (11.445/07), no decreto federal que
regulamentou essa legislação (7.217/10) e na deliberação 106/09 da Arsesp
(Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo).

 

A fiscalização cabe à prefeitura de cada cidade e ao Ministério Público,
já que a Sabesp não tem poder de polícia. Fiscais do município e
promotores, no entanto, podem multar e até mesmo processar os moradores
que não se ligam à rede. Esses imóveis são chamados de factíveis (quando
há rede coletora disponível na porta, mas o dono não se conecta).

 

Quem não conecta o imóvel à rede coletora, mesmo tendo a tubulação na
porta, provoca um grande prejuízo ambiental. Joga o esgoto na galeria de
chuva, por exemplo, o que explica o cheiro ruim de algumas bocas de lobo.
Pode também atingir córregos abertos ou canalizados. A sujeira que passa
pelo córrego ou pela galeria pluvial seguirá até um rio maior. Além disso,
a saúde pública também é afetada, já que a destinação adequada de esgoto
ajuda a evitar a proliferação de doenças de veiculação hídrica.

 

Segundo a Sabesp, a região do Vale do Paraíba, onde está Campos do Jordão, apresenta o
terceiro maior número de ligações factíveis, com 10,8 mil imóveis não
conectados em todos os municípios atendidos pela Sabesp na região. A
Grande São Paulo e a Baixada Santista concentram o maior número de
clientes que poderiam levar o esgoto para tratamento e não o fazem. Em
toda a área atendida pela Sabesp no Estado de São Paulo, são 180.934
imóveis factíveis.