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sexta-feira 10 maio 2024
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Uma palavra sobre a educação espírita

Uma palavra sobre a educação espírita

• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
Estudando a educação na visão espírita, e tendo conhecimento que Allan Kardec, quando adolescente e jovem, estudou com o educador Pestalozzi, no famoso Instituto de Yverdon, mergulhei nesse universo desde minha juventude, tendo, desde então, escrito centenas de artigos publicados em jornais, revistas e blogs espíritas, além de ter tido a oportunidade de escrever e publicar alguns livros espíritas dedicados à educação. Não tenho estatística sobre minhas palestras e seminários sobre Espiritismo e Educação, mas em pouco mais de quatro décadas foram muitas. Nesses esforços, surgiu o Projeto Educação do Espírito, uma proposta pedagógica inovadora para a chamada evangelização espírita infanto-juvenil desenvolvida pelo centro espírita.
O projeto é constituído de dois livros digitais, não impressos, distribuídos gratuitamente aos interessados. O primeiro livro tem por título Aprendendo a Educação Espírita, um verdadeiro curso para os evangelizadores, que gostaria fosse chamado de educadores espíritas. O segundo livro tem o título Educando o Espírito, onde apresento a proposta pedagógica com sua metodologia diferenciada, propondo um trabalho por projetos, grupos de pesquisa e atividades lúdicas, envolvendo inclusive os pais e responsáveis, ou seja, a família.
O Projeto Educação do Espírito, com a distribuição dos dois livros, tem atravessado as fronteiras estaduais do nosso Brasil, com centenas de exemplares digitais distribuídos, propondo uma nova visão sobre a evangelização espírita e, claro, novas práticas pedagógicas em seu universo com crianças e jovens. É um caminho possível, mas, naturalmente, não o único, pois todas as propostas pedagógicas espíritas são bem-vindas e têm sua importância. Temos percebido, ao longo desse percurso, a existência de propostas pedagógicas e atividades educacionais muito boas no movimento espírita, no âmbito da educação espírita infanto-juvenil, contudo, também temos encontrado a repetição de velhos modelos pedagógicos atrelados a material apostilado semipronto, que não leva em consideração o ritmo próprio da criança e do jovem, nem sua criatividade e espontaneidade, desenvolvendo temas previamente selecionados num currículo fechado e pouco dinâmico. Esse modelo pedagógico já foi útil, teve seu momento, mas não atende mais as necessidades das novas gerações de espíritos que reencarnam procurando transformar a humanidade para melhor.
As crianças – espíritos reencarnados – estão chegando com inteligência mais aguçada, mas nem sempre com moral elevada, requerendo do processo educacional orientação segura no campo da ética, oportunidades de desenvolvimento das virtudes, direcionamento da inteligência para a prática do bem e, muito importante, sensibilização dos sentimentos com base nas lições do Evangelho.
Por tudo isso, percebemos com clareza que a educação espírita infanto-juvenil deve ser uma prioridade das instituições espíritas, cujos dirigentes devem procurar os meios e¬ eficazes de capacitar os educadores, ou evangelizadores, para que o trabalho seja feito em padrões pedagógicos compatíveis com o que queremos para a sociedade humana do terceiro milênio, no processo de saída de mundo de expiações e provas para entrada no mundo de regeneração.
Não podem as instituições espíritas ¬ ficarem isoladas e fechadas em modelos ultrapassados. O movimento espírita de uni¬ficação surgiu no tempo histórico para congregar, unir esforços, permitindo que as instituições espíritas se auxiliem e promovam em conjunto encontros, cursos, seminários nas mais diversas áreas, assim enriquecendo as atividades que são ofertadas ao público, na legítima representação do Espiritismo, conforme seus princípios apresentados e estudados pelos Espíritos Superiores e por Allan Kardec.
Se você é dirigente, coordenador, educador (evangelizador), por que não conhecer o Projeto Educação do Espírito? Por que não procurar participar do movimento de uni¬ficação? Lembre-se que Jesus, nosso governador planetário, quando aqui esteve encarnado não se deixou engessar pelos modelos culturais, políticos e religiosos de sua época. Nós, espíritas, com a mensagem transformadora da imortalidade da alma e da reencarnação, o que estamos fazendo? Pensemos com carinho sobre isso.