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terça-feira 14 maio 2024
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Literatura em gotas – Antígona

Em Antígona duas noções de dever se enfrentam: a familiar, caracterizada pelo respeito às normas religiosas, representada por Antígona; e civil , caracterizada pelo cumprimento às leis do Estado e representada por Creonte. Obra escrita por Sófocles (496-406 a.C).

Após a morte de Édipo, seus filhos lutam pelo trono de Tebas. Creonte, irmão de Jocasta, que sucede a Édipo como rei, proíbe, sob pena de morte, que se dê sepultura ao cadáver de Polinices, acusado de traição: de fato, ele organizou uma coalização estrangeira para lutar contra a cidade.

Antígona desafia a proibição e enterra o cadáver, que deveria ser devorado pelas aves de rapina.
Ela é presa e, levada à presença de Creonte, mantém sua altivez. Condenada à morte, recebe a solidariedade de Ismene, que a deixara sozinha em sua luta. Hêmon, filho de Creonte, pede ao rei que perdoe Antígona, sua noiva: Creonte recusa-se. Antígona deverá ser supliciada, emparedada viva.

Ela se despede da existência e deixa a cena. Tirésias, o advinho cego, prediz o pior para Creonte, que diante disso decide sepultar Polinices. Tarde demais: um mensageiro vem anunciar que Antígona se enforcou e Hêmon se matou diante dela. Para aumentar o sofrimento de Creonte, sua mulher também se mata.

A Antígona de Sófocles não cessa de interrogar a noção de justiça.

Prof. José Pereira da Silva