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quarta-feira 8 maio 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – Oh, povo doido que é o brasileiro

Oh povo engraçado e doido que é o brasileiro. Já reparou nas coisas que falamos? E o mais incrível é que nos entendemos. Coitado do estrangeiro.
Vamos lá, vamos rir um pouco, é da série, “agora a NASA vem”.
“Escuta só pra você ver”, como nós, os brasileiros, somos loucos.
Tudo começou quando resolvi “esperar o sol esfriar” para pegar a estrada.
Me atrasei, subi, desci, virei à esquerda, virei à direita, segui em frente e já em uma tradicional estrada aqui perto, quase chegando na minha Taubaté. Uma estrada longa “que nem os diabos”, sabe daquelas que “segue reto a vida toda”?
Bom, então, estava na danada, indo para casa e me ligaram querendo que eu chegasse logo.
Perguntei o motivo e me falaram que “estavam presos do lado de fora”. Oi?
“Daí eu peguei e falei”, ou melhor apenas respondi, olha “espera só até eu terminar de chegar”. É lógico, né? Já estava quase chegando, era só esperar mais um pouquinho.
“Tenho quase certeza” que estou chegando.

Apesar da irritação, me falaram para “correr devagar”, eita. Calma, tranquilo, vocês vão ter que esperar porque a viagem “dura até acabar”. Certo? Que esquisito isso, “eu falo é nada”.
Lá no fundo, alguém resmungou e já soltei de cara um “se ficar resmungando”, “a cobra vai fumar” e depois “não adianta chorar as pitangas”.

Irritado com aquilo logo “pensei comigo mesmo”. Ah, não se preocupe cara, era só “um chato de galocha”. Daqueles que “fala pelos cotovelos”. Deus me livre.
É daqueles bem insistentes, sabe? Que está em todo lugar, feito “arroz de festa”.
Pensando bem, falando em festa, agora me deu “fome de comida”. Onde passei a tarde inteira até ouvi falar que serviram uns salgadinhos, mas “não vi nem o cheiro”. E agora, a fome veio.
Acelerei, queria chegar logo para “encher o bucho”, tentei pegar um desvio e, pra variar, me perdi, parei e perguntei.

“Essa rua vai para onde”? Vai lá pro fundão e chegando lá é só virar ansim e tá tudo bem. Segui em frente, “a vida toda”.
Faminto, parei em um mercadinho qualquer e perguntei, todo esperançoso. O senhor tem salgadinhos aqui? Se tivesse ia comer até “aquilo fazer bico”. Mas, o homem, mal-humorado respondeu. “Tem, mas acabou”. “Putz grila”. Voltei para o carro “completamente desarvorado”.

Finalmente cheguei em casa, para minha alegria e para alegria de quem “ficou preso do lado de fora”. Logo de cara, antes de abrir a porta, vi a luz da garagem acesa e, irritado, já pensei. Oh, porcaria, “a luz dormiu acesa”. Deu vontade de “chutar o balde”. Hoje em dia a energia “custa os olhos da cara”. Nós vamos é “fazer uma vaquinha” para pagar essa conta da energia.

Na verdade, essa casa se tornou um “elefante branco”. Valha-me, senhor. E pensei comigo. Estou irritado e “alguém vai pagar o pato”. Estava é com vontade de “chutar o pau da barraca”.
Faminto, “matando cachorro a grito”, pensando em deixar a dieta de lado e “meter o pé na jaca”, entrei e “cruz credo”, “era o fim da picada”, a casa estava parecendo a “casa da mãe Joana”.

Não reclamei porque sei que aqui “as paredes tem ouvidos”, mas olhei para todos pensando quem seria o responsável e logo vi que não dava para “por a mão no fogo por ninguém”.
Muitos no meu lugar teriam “rodado a baiana”. Coitada da baiana.
De repente alguém gritou. Olha a porta da cozinha…”dormiu aberta”.
Oh, meu Deus do céu. Até isso? Mas, “o que é um peido pra quem já tá cagado”?
Sem conseguir se segurar, um “puxa-saco”, verdadeiro “Zé ruela”, logo falou. Nossa, se eu tivesse a chave, já entrava, apagava a luz, fechava a porta da cozinha e arrumava a casa para o senhor. Fiquei com vontade de mandar o desgraçado ir “chupar um prego até virar tachinha”. “Orra meu”, “vai ver se eu tô na esquina”.

Olha, quer saber? A luz estava acesa, a casa uma zona, a porta da cozinha aberta, mas “bola pra frente”, “to cagando e andando”, também não quero ser alguém “cheio de nove horas”.

Bom, “estou só o pó da rabiola”. Vou é dar uma arrumadinha qualquer, vou “limpar por onde o bispo passa”, “só para inglês ver” e nem vou reclamar, espernear, afinal, “tudo vai acabar em pizza mesmo”