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terça-feira 7 maio 2024
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“Crônicas e Contos do Escritor” – O dragão vermelho e o príncipe das águas

Hoje vamos de um conto, fantasioso e maluco? Eu adoro!
Em épocas distantes ou apenas imaginárias. Em locais não conhecidos e diferentes de tudo, um mundo fictício, dentro de um conto fantástico. Um planeta em outra dimensão? Um estranho planeta onde os mares imperam. Não há planícies, montanhas, vegetação ou terra firme, apenas mares infindos. Mas, diz uma antiga lenda, que em algum local desconhecido, existe terra firme, um paraíso onde tudo floresce, e é o que um certo Príncipe guerreiro busca.

Nessa estranha época ou distante planeta, existe um oceano único que toma conta de tudo e onde habitam monstros marinhos, inimagináveis. Cobras gigantes, tubarões monstruosos, baleias com mais de cem metros de comprimento, polvos com mil tentáculos e peixes com mil dentes e o mais terrível de todos, o grande dragão vermelho que a todos assusta. Ser gigante com capacidade de voar e, também, viver no fundo do oceano. O ser, cuspidor de fogo, tem asas com envergadura de dezenas de metros e aterroriza os céus e domina o fundo do oceano, nas fossas abissais, onde reina soberano sobre todos os monstros. Todos o temem, o respeitam e o veneram e ele se autodenomina o Rei das águas, o Rei do Oceano. Às vezes, ele some, ninguém o vê e ninguém o ouve, mas, quando aparece, está na hora de caçar, está faminto e até as grandes baleias e os temíveis tubarões, se escondem. E é nesse mundo insano e oceano desconhecido que o Príncipe navega. Nada há que nunca tenha visto, os grandes furacões em alto mar, as grandes tempestades, raios enlouquecidos e ventos alucinantes que levantam ondas fantasiosas de trinta metros, mas não importa, nada o assusta, nada o apavora. Não teme as águas violentas e nem os monstros horrendos que, por sua vez, o temem. Não teme os seres do céu e nem do mar. Não teme os violentos e maldosos piratas e, nem mesmo, o Rei das Águas, o poderoso Dragão vermelho. Aliás, é o que quer encontrar e matar, para acabar de vez com seus terríveis ataques. Seu barco de guerra singra os mares, ele mata monstros e se alimenta com eles. Mata os temíveis piratas, vence as grandes ondas e atravessa as grandes tempestades. Marinheiro experiente, é o melhor, assim como seu barco de guerra, nenhum o supera. Os piratas fogem a simples vista de sua máquina de guerra. Os dias passam e o Príncipe segue caçando e matando piratas, na busca do Dragão vermelho e da terra prometida.

O Príncipe das águas alcança uma esquadra pirata e trava uma sangrenta batalha e, lá no alto, ao longe, o Dragão Vermelho percebe a batalha, recolhe as asas e mergulha em altíssima velocidade para o centro do conflito. Não sabe ele que lá está o Príncipe das águas. Seu algoz. O Dragão sabe que o Príncipe está procurando por ele. E, sem saber, mergulha para a morte. No meio da batalha, o barco guerreiro vai eliminando um a um os piratas e falta o último, mas o Príncipe vê a chegada do Dragão e abre um sorriso. É hora do conflito final. O Dragão Vermelho cospe fogo e o último barco pirata é engolido em enormes labaredas e queima por inteiro. O Príncipe dispara suas armas mortais. O grande monstro do céu é atingido dezenas de vezes e desaba caindo ao mar e tubarões, baleias e os enormes polvos aproveitam o momento para realizar sua tão desejada vingança e atacam o, até então, rei dos mares. A cada mordida, nacos gigantescos de carne são arrancados do poderoso Dragão. O Príncipe das águas continua atirando.

Desesperado e muito ferido, o Dragão, em um último esforço, levanta voo, mas sangra muito e está fraco e voa devagar e o Príncipe vai atrás dele. São dias, semanas de perseguição e o Dragão voa para a terra firme, para o paraíso. A antiga lenda é verdadeira e lá, o poderoso Dragão encontra seu descanso eterno e o Príncipe, agora Rei das águas, finalmente encontra a terra firme.

E algo me diz que precisamos singrar os mares, talvez aqui mesmo em terra firme, matar nosso grande dragão e encontrar a tão desejada terra. O nosso paraíso, livre dos grandes e mentirosos ladrões e livre dos grandes morcegos, ou seriam urubus?