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segunda-feira 20 maio 2024
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Coluna Espírita – O Acaso

Coluna Espírita – O Acaso

• Márcio Costa – São José dos Campos/SP
Flores cobrem campos e jardins, exibindo beleza, suavidade e perfume dos quais nenhum artesão, por mais habilitado que fosse, seria capaz de laborar.
Mas para alguns, é o acaso que as criaram.
Leis físicas e princípios matemáticos complexos regem a dinâmica do universo, demonstrando uma precisão incomparável, sendo que algumas o homem levou séculos para deduzir e outras que ainda estão bem longe de nossa compreensão.
Mas para alguns, é o acaso que as escreveu.
Luzes pontuais e cintilantes povoam o nosso firmamento noturno, encantando nossos olhos limitados.
Mas para alguns, é o acaso que as dispôs no céu.
Sinfonia de pássaros concedem vida e alegria aos parques no amanhecer, convidando-nos a sorrir para o novo dia que chega.
Mas para alguns, é o acaso que os alimenta e intui ao canto.
Ondas continuamente alcançam as areias das praias, trazendo sons agradáveis e brisa refrescante.
Mas para alguns, é o acaso que impulsiona o vento sobre o mar.
Criaturas nascem em todos os lugares da natureza, respeitando códigos genéticos que não foram criados por nós.
Mas para alguns, é o acaso que se faz presente.
* * *
Tudo que está na natureza reflete a ação inteligente, a previdência e a solicitude de Deus [1] por todas as suas criaturas. Basta olharmos à nossa volta, sem os véus do orgulho e do egoísmo, para percebermos que nem tudo seria capaz de ser reproduzido pelas mãos do ser humano.
Por mais que atribuamos ao acaso, ou à outra origem, todas as obras da criação, sempre seremos levados a questionar a existência de uma inteligência que mova os fatos.
Conforme destaca Kardec [1], diante desses problemas insondáveis, cumpre que a nossa razão se humilhe. Deus existe: disso não poderemos duvidar. É infinitamente justo e bom: essa a sua essência. A tudo se estende a sua solicitude: compreendemo-lo. Só o nosso bem, portanto, pode ele querer, donde se segue que devemos confiar nele: é o essencial. Quanto ao mais, esperemos que nos tenhamos tornado dignos de o compreender.
Referências:
[1] A. Kardec, A Gênese. Brasília (DF): Federação Espírita Brasileira, 2013.