A audiência pública sobre a causa animal, realizada pela Câmara de Taubaté na segunda-feira, 27, ampliou o debate sobre o tema para o âmbito regional. A iniciativa foi do vereador Douglas Carbonne (Republicanos), que presidiu o evento.
O vereador fez uma reflexão sobre as conquistas que Taubaté já alcançou, como o Hospital Público Veterinário, e defendeu investimento público em políticas para o setor. “Hoje, a gente tem um hospital, mas a gente trabalhou muito. Quero dizer para os colegas de outras cidades: não desistam. O político que não incluir os animais na área pública, no orçamento público, ficará fora, porque é uma demanda pelo povo. Hoje, é política pública a questão do bem-estar dos animais.”
O deputado estadual Rafael Saraiva lembrou que Carbonne esteve em seu gabinete para pedir apoio pelos animais das 39 cidades do Vale. Afirmou que apresentou emenda ao orçamento estadual de R$12 milhões, destinados ao Hospital Veterinário de Taubaté, para atender 16 cidades da região. Acrescentou que a realização de um consórcio, sobre o qual há projeto em andamento, pode ser outro caminho para um hospital veterinário regional.
A secretária de Meio Ambiente e Bem-estar Animal, Magali Neves, apresentou números do hospital que tem investimento de R$262 mil por mês, e nos primeiros 16 meses de atividades registrou 8.532 consultas de clínica, 2.400 consultas de cirurgias de tecidos moles e 693 consultas de ortopedia, 7.800 radiografias, 3.800 ultrassonografias e 5.700 hemogramas. Contestou críticas que são recebidas pelo fato de a unidade não ter atendimento 24 horas e ressaltou que nem no hospital da capital faz atendimento 24 horas. “Fica muito caro, mas a gente vai lutar por isso.”
Presidente do Conselho Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal, Afonso Neto considerou que o hospital foi uma grande conquista para Taubaté, relatou que sempre visita a unidade para fiscalizar o trabalho e presencia a satisfação dos tutores com os atendimentos. “Seria melhor termos atendimento sábado e domingo, mas aos poucos vamos chegar lá”, estimou.
Presidente do Instituto Marilú, Marilú Godoy relatou que em São José dos Campos não ocorrem audiências públicas sobre a causa, nem há hospital municipal veterinário. “A causa animal é um assunto sério, que envolve políticas públicas e saúde”, avaliou.
Secretária de Meio Ambiente de Monteiro Lobato, Ana Carolina da Mata afirmou que o município em que atua não tem Centro de Controle de Zoonoses, abrigo para animais ou ONG ligada à causa. Relatou uma conquista realizada este ano: o primeiro mutirão de castração, depois de 12 anos. “Viemos entender como os municípios trabalham, nossa preocupação é com animais abandonados”, disse.
Vereadora de São Luiz do Paraitinga, Roseni Corrêa relatou que buscou apoio de Carbonne desde o início de seu mandato e registra conquistas, como a destinação de emendas impositivas para castração de animais.
Também vereadora de São Luiz, Sueli Carina falou sobre a situação da causa no município. “Nossa realidade é de rifas e bingos para custear tratamentos de animais. Temos um canil particular, a Prefeitura custeia parte dele, e nós vemos a importância de ter recursos públicos para área animal.”
Vereadora de Campos do Jordão, Lilian da Matta defendeu a necessidade de apoio em políticas públicas para a causa animal. Citou conquistas pelas quais batalhou, como a reinauguração do castra-móvel, banho e tosa no CCZ, microchipagem de cavalos e de animais castrados, além da contratação de empresa de conscientização em escolas.
Presidente da ONG Chico Pata, Leonardo Xexéo considerou que Taubaté se tornou referência porque a população tem boa adesão à causa animal e ponderou que sempre é possível melhorar, apesar da avaliação positiva das ações do setor na cidade.
Os vereadores Jessé Silva (PL) e Richardson da Padaria (União) participaram da audiência. O vídeo está disponível no canal da TV Câmara de Taubaté no Youtube.
