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sexta-feira 17 maio 2024
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A Educação do Espírito Começa na Infância

• Marcus De Mario
Vez ou outra recebemos vídeos mostrando crianças em tenra idade respondendo aos pais com argúcia, com inteligência, mostrando uma precocidade que espanta a maioria. Esses vídeos viralizam na internet, ocupando as redes sociais. Os mais diversos comentários são feitos, a maioria denotando falsas ideias sobre a educação e sobre a realidade espiritual das novas gerações, o que nos motiva a escrever sobre o assunto.

Aplicando os princípios espíritas no olhar sobre a criança, entendemos que estamos diante de um espírito imortal presentemente reencarnado, e que traz das suas experiências passadas um acúmulo de aprendizados os mais diversos, tanto no que se refere ao seu desenvolvimento intelectual, quanto ao seu desenvolvimento moral. Esse acúmulo de experiências revela-se na nova personalidade através das ideias inatas e das tendências de caráter, que devem ser observadas, estudadas e corrigidas ou estimuladas, de acordo com o que revelam de negativo ou positivo, e esse é o papel da educação, que terá nos pais e/ou responsáveis os primeiros e mais importantes educadores, e no lar a verdadeira escola.

Não podemos nos conformar com crianças respondonas, sem limites, briguentas, pirracentas, violentas e filmá-las para postar na internet, achando tudo muito engraçado, e dizendo que as novas gerações são realmente muito diferentes, e que isso justi¬ficaria serem como são, que a inteligência que denotam seria indício de elevação espiritual, o que não é verdade, pois a elevação do espírito deve ser demonstrada pelo equilíbrio entre inteligência e moral. Como assinala Allan Kardec no texto A Nova Geração, do último capítulo do livro A Gênese, a preponderância inata para o bem é o que caracteriza o espírito adiantado, verdadeiramente superior, o que é incompatível com falta de limites, falta de respeito ao outro e assim por diante. Os pais e responsáveis devem estar atentos aos seus ¬ filhos para corrigir-lhes as más tendências de caráter, para domar suas más inclinações morais, fazendo isso através dos bons exemplos, da paciência e da perseverança, para que esses espíritos tenham contato com o bem, com o amor ao próximo, assim tendo oportunidade de colocar em prática o autoconhecimento e a autoeducação. Não importa que esse processo educacional leve tempo e traga dissabores ao ambiente doméstico, é o que deve ser feito, pois Deus confia em nós para a tarefa da educação, senão não nos daria os ¬ filhos. Os primeiros anos são fundamentais para a formação do caráter, para a consolidação dos bons pendores, para a correção das más inclinações, o que será feito em comunhão com a escola e os professores, na inserção dos ¬ filhos no contexto social, pois temos que educá-los para a vida, para que sejam transformadores da sociedade para melhor, ou seja, uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais fraterna, mais colaborativa, mais ética e mais humanizada.

O progresso do espírito não se dá por mágica, por ilusionismo, mas por trabalho constante e perseverante, tanto individual e coletivo, e na infância a dependência dos pais e professores é providencial, colocando o espírito em condição de receber as influências que serão decisivas para seu desenvolvimento e para consolidação de sua personalidade.

Para que a educação do espírito tenha início na infância, é necessário que seus educadores – pais, avós, tios, professores etc – estejam conscientes do seu papel de educadores, e não apenas de cuidadores ou ensinadores, o que exige deles a promoção em si mesmos da autoeducação. Um bom começo é aprender com Jesus, deixando que o Mestre seja o guia e modelo de suas ações.