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quarta-feira 8 maio 2024
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Nascer de novo para repartir direito o direito de viver em paz

Cada dia que passa parece que a paz tem ficado mais distante do ser humano. Muitos humanos estão desumanizando a paz, coisificando a vida, desrespeitando o direito à cidadania, esvaziando a realidade e enchendo de falsidade seus próprios corações. Tudo isso está sendo levado pelos interesses pelo poder, pelo dinheiro, pela ganância, pelo egoísmo e pela falta de verdade que se amplia cada vez mais e, rapidamente, toma conta de tudo.
O Natal é, antes de tudo, um momento de reflexão, um momento de repartir a paz, distribuir o amor, a fraternidade e buscar as bênçãos para um novo dia, um novo ano, contribuindo para um mundo melhor. Não há nada que possamos fazer se o que está dentro da gente não muda, não melhora, não transforma a nós mesmos. Propor mudança para o outro se não fizermos antes o caminho da mudança , buscando um dia de renovação, não será uma mudança, mas um jogo com cartas marcadas para que eu possa levar vantagem sobre o direito e a cidadania.
A construção da paz e da busca pela democracia precisa ser inserida nessa reflexão de renovação que, sem dúvida, passa pelo meio ambiente, passa pelos questionamentos sobre a acumulação de riquezas por um pequeno grupo que entende que pode tudo. Isso não faz ninguém renascer, mas faz aumentar a discórdia e o poder sobre o outro e, pior em muitos casos vendem Cristo para se apropriar do dinheiro e, com ele se aproveitar da crise para fazer entender que a fé dos aproveitadores é fé econômica. É uma fé feita pelo dinheiro e pela vontade do poder e de todos aqueles que buscam explorar a sociedade, volatilizando a vontade das pessoas e empobrecendo a cidadania.
Precisamos renovar nossa fé, deixando que Cristo seja presente em nossas ações, mas as ações verdadeiras, aquelas que surjam de dentro de nossos corações e, então, com elas possamos elevar nossos pensamentos para a construção de um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano, mais livre, mais repartido na saúde, na esperança de um novo emprego, na segurança, na educação e na distribuição da renda, para que tenhamos mais gente vivendo melhor. Temos que retornar aos nossos princípios de cidadania, reconsiderar nossas atitudes para com os outros no trânsito, na caminhada pela rua, na fila do supermercado, no uso dos locais públicos e até mesmo na busca por lugar mais aprazível nesse verão escaldante, que tem sido uma consequência direta da exploração acumulativa de capitais à custa da natureza.
Está na hora de decretarmos um Natal com menos consumismo, um Natal mais repartido para que tenhamos a fé renovada para enfrentarmos as diferenças que virão durante o ano novo. Vão ser preciso muitas bênçãos para que sejamos conscientes de nós mesmos diante da necessidade de um mundo melhor, mas a cada momento fica mais distante de propostas, com os donos do poder agindo de maneira velada para espoliar tudo o que conquistamos, nem que para isso tenha que usar a fé e a religião para acelerar os milagres realizados para um povo que, na verdade, não passa de um público manipulado pelos poderes da mídia.
Só peço por um milagre, o milagre a busca e da renovação de cada um de nós em nós mesmo e, então poderemos buscar em Cristo o que ele preparou para cada um de nós nesse Natal e para o ano novo.
Essa renovação está na nossa luta pela democracia e por um país mais digno de nós mesmo, com um estado capaz de responder aos direitos e deveres dos cidadãos em todos os níveis, ou seja, não precisamos de líderes com regras prontas pelos donos do capital que fazem da guerra um motivo econômico e do deslocamento de pessoas um espaço para exploração das riquezas, repartindo entre si os lucros e distribuindo a pobreza e a destruição do Planeta para os desvalidos que, em muitos casos não sabem para onde ir.
Feliz Natal a todos que repartem a paz, a esperança e a mudança, com a esperança de um mundo mais justo e fraterno.