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quinta-feira 9 maio 2024
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Coluna Espírita – O balde

Coluna Espírita – O balde

• Ricardo Orestes Forni – Tupã/SP
“O doente não se cura olhando para a receita.” – livro Força Espiritual.
Dia desses, fui fazer uma breve exposição que antecedia a aplicação de passes em pessoas submetidas a tratamento espiritual.
Antes dos passes é hábito expormos alguma página da Doutrina na tentativa de estabelecer um vínculo maior com o plano espiritual, quebrando a sintonia com os problemas do dia a dia, pelo menos naquele pequeno tempo em que os socorridos permanecem no Centro.
Levei um balde cuja capacidade era bem grande aproximando-se dos 18 litros de água e, ao mesmo tempo, levei um cálice bem pequeno, o menor que consegui encontrar.
Pedi que os presentes considerassem o balde como se fosse o Espírito imortal que transita de existência em corpos diferentes.
Em relação ao pequeno cálice, solicitei que interpretassem como sendo cada existência nossa em um corpo físico.
Em seguida ponderei que cada atitude nossa que fere as Leis de Amor do Universo seria semelhante como se colocássemos um pequeno cálice com água dentro do grande balde.
Quando temos atritos em casa, quando discutimos no trânsito, quando negamos o perdão a uma ofensa recebida, quando ofendemos o semelhante, quando passamos a maledicência à frente, quando nos negamos a algum tipo de caridade ao nosso alcance, quando nos negamos a renunciar, enfim, sempre que a Lei fosse ferida por qualquer atitude, seria semelhante a colocar um pequeno cálice de líquido dentro do recipiente maior, utilizando-se do menor.
Expliquei que, de início, a quantidade de água que vamos colocando no balde é praticamente imperceptível, senão à visão, pelo menos em relação ao peso. Quando levantamos o balde, ele não acusa o peso da pequena quantidade do líquido.
Mas, na medida em que nossas atitudes se repetem através dos nossos desequilíbrios em várias existências, chega uma ocasião em que, além da água ser visível no balde, passamos a sentir o peso daquela quantidade que introduzimos nesse vasilhame.
O recurso que nos resta, para aliviar o balde que representa o Espírito, é esgotar o líquido de dentro dele.
Extrapolando para o lado espiritual, utilizamos a colocação de que o Espírito “pesado”, semelhante ao balde, pede uma eliminação de suas energias negativas, que passam a se manifestar no corpo físico em desajustes emocionais e/ou doenças que afetam a parte material propriamente dita.
Nessas ocasiões em que somos chamados a socorrer-nos como Espíritos imortais, encontramos um longo receituário deixado pelo Médico das Almas em seu trânsito pelo planeta.
E a partir dessa colocação, passamos a citar para os presentes que aguardavam o socorro do passe os ensinamentos contidos no livro Força Espiritual, do doutor José Carlos de Lucca, editora Petit, em que ele faz as seguintes ponderações na página Remédios Espirituais:
No mais das vezes, a dificuldade orgânica é fruto dos desarranjos do espírito. Mágoas, ódio, ciúmes, raiva, melancolia, quando cultivados com insistência, convertem-se em venenos perigosos para o corpo. Faça uma desintoxicação espiritual. No Evangelho, você encontrará remédios milagrosos para esses males. Mas de nada adiantará termos o remédio à nossa frente se não nos dispusermos a tomá-lo.
O doente não se cura olhando para a receita.
E continua o autor mencionado a ensinar que o amor sintetiza todas essas medicações e não tem contraindicação. Pode ser tomado a qualquer hora, prevenindo a maior parte das doenças do Espírito.
Em sendo assim, depende somente de nosso esforço para não colocarmos mais água em nosso balde já com quantidade considerável.
Ou nós esgotamos o excesso através dos atos de amor que está ao nosso alcance, como já lembrava o Apóstolo Pedro ao afirmar que o amor cobre a multidão dos pecados, ou viveremos a carregar esse balde bastante pesado pelo tempo em que recalcitrarmos contra as Leis de Amor do Universo.
Arrematamos com uma frase do livro já mencionado:
A doença talvez seja apenas um grito de socorro por mais amor em sua vida.
Que tal ouvirmos esse grito?