• Yé Gonçalves – Governador Valadares/MG
Normalmente as pessoas sonham com a paz. Imaginam uma vida paradisíaca, onde só há sombra e água fresca e tudo que se refere a prazer. Um lugar onde possam estar do tamanho da paz.
Qual é o tamanho da paz que estamos sonhando e buscando para nós?
Será do tamanho da paz proporcionada por uma vida paradisíaca com ausência de problemas de toda ordem?
O escritor Marcel Souto Maior, no seu livro “As lições de Chico Xavier (Para quem acredita e para quem quer voltar a acreditar)”, no capítulo “A força do trabalho”, conta que Chico Xavier ensinava que o trabalho é o fio que engrossa a vida, sendo essa a receita dele contra todos os males. Aos amigos mais íntimos, Chico deixava escapar um trocadilho quando via multidões de plantão na calçada em frente à sua casa, à espera de um contato com ele, pelo que, quando já estava doente, acenava de longe, dizendo: – Pá, pessoal, pá!
E os admiradores, sem entender o recado, retribuíam: – Paz!
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Diante do exemplo acima, podemos estar nos perguntando: Será o tamanho da nossa paz diretamente proporcional à nossa capacidade de saber manusear ou utilizar essa ferramenta (pá) nos trabalhos de amansamento da terra da consciência?
Faria sentido buscar a paz e vivenciá-la em terreno onde não houvesse dificuldades a resolver e com total ausência de conflitos?
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Recordemos a proposta do divino Mestre Jesus, quando Ele diz no Evangelho de João, capítulo 14, versículo 27: – Eu vos deixo a paz; eu vos dou a minha paz…
Certamente, a paz a que Jesus e Chico Xavier se referiam não se trata de vida paradisíaca coroada de prazeres e ausência de desafios; mas, com certeza, de uma paz que existe dentro de cada um de nós e, por incrível que pareça, muitos de nós ainda não a conhecemos. Talvez porque ainda não aprendemos o trajeto da viagem para dentro da nossa própria consciência, ao encontro da nossa intimidade, onde temos as nossas verdades para trabalhar e as más inclinações/tendências a serem domadas mediante a nossa transformação moral e empreendimento de esforços.
Logo, a paz de Jesus, também exemplificada por Chico Xavier, trata-se do tamanho da paz que podemos desenvolver em nós, naturalmente, para que possamos nos posicionar acima dos obstáculos, transpondo desafios e seguindo em frente com habilidades para vencer outros mais, engrossando a vida e melhorando a nossa postura diante dela, educando o nosso olhar em relação aos horizontes da eternidade.
Utilizemos corretamente essa ferramenta (pá) nos trabalhos de amansamento do terreno da consciência, cumprindo a parte que nos cabe na seara evolutiva, a serviço do bem, pelo que estaremos fazendo jorrar, dentro de nós, a verdadeira paz que forma pacificadores para um novo mundo com novos desafios.