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segunda-feira 29 abril 2024
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Coluna Espírita – A Felicidade: uma busca ou um despertar?

Coluna Espírita – A Felicidade: uma busca ou um despertar?

• Yé Gonçalves – Governador Valadares/MG
A busca da felicidade tornou-se uma expressão de incentivo muito popularizada nos dias atuais, principalmente nas palestras e nos livros e artigos de autoajuda.
Dentre tantos exemplos, podemos empregar o verbo “buscar” nas seguintes formas, conforme nossos dicionários:
a) esforçar-se, excessivamente, para encontrar algo ou alguém;
b) conseguir ou conquistar;
c) empenhar-se em conseguir algo com esforço próprio;
d) buscar forças de dentro de si mesmo para vencer os desafios.
No primeiro momento, a expressão “buscar a felicidade” nos dá o entendimento de que a felicidade pode estar ao nosso lado ou em algum lugar distante, podendo a mesma ser representada por um objetivo a ser alcançado ou por um objeto a ser adquirido, ou por uma pessoa a ser conquistada ou por uma situação a ser vivenciada.
É muito comum ouvirmos expressões exclamativas do tipo:
– Quando eu conseguir o emprego dos meus sonhos, eu serei feliz!
– Quando eu conseguir o meu primeiro carro, eu serei feliz!
– Quando eu conseguir me casar, eu serei feliz!
– Quando eu conseguir a minha casa própria, eu serei feliz!
Logo, a felicidade, ainda, é algo que se busca sob a condição da realização de algum evento futuro e incerto, e que depende de um incentivo ou de um motivo para a sua realização.
E, dessa forma, seguimos a caminhada pela vida, buscando a felicidade no mundo exterior ao da nossa consciência, isto é, através das conquistas das coisas materiais, das pessoas e da realização de um sonho.
No segundo momento, ouvimos depoimentos e mais depoimentos daqueles que, após terem conquistado as coisas materiais, as pessoas, e realizado os seus sonhos, conforme planejado na busca da felicidade, ainda não se deram por satisfeitas e continuam infelizes, reclamando e planejando novas conquistas no âmbito do mundo exterior ao da consciência.
Então, caro leitor, convém, neste momento, trazermos a este nosso artigo a célebre inscrição, divulgada à humanidade pelos ensinamentos do filósofo Sócrates: – Conhece-te a ti mesmo!
E, ainda: trazemos aqui o ensinamento do Mestre Jesus Cristo, quando Ele respondeu a Pilatos: “- O meu reino não é deste mundo”. (João, 18:36)
Com essa resposta o Mestre confirma e dá sustentáculo à passagem bíblica em Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo”.
Pois, vejamos bem: Jesus responde aos fariseus que “o reino de Deus não virá com aparências exteriores. Nem se dirão: – Ei-lo ali, ei-lo acolá! Porque o reino de Deus está dentro de cada um de nós”. (Lucas 17: 20 e 21)
E, mais: Não podemos nos esquecer da questão 621 de O Livro dos Espíritos, quando o Espírito de Verdade responde ao codificador, Allan Kardec, que “a lei de Deus está inscrita na consciência”.
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Todos nós nascemos (= reencarnamos) para nos tornarmos Espíritos melhores, mais aperfeiçoados, mais felizes. Ou seja: todos nós vivemos e convivemos em busca da felicidade.
Para isso, precisamos desenvolver o autoconhecimento, ou seja, fazer uma viagem abordando, em nossa intimidade, os quesitos que necessitam de reformas e as más inclinações a serem domadas, fazendo um mapeamento estrutural e organizacional da nossa casa mental, promovendo melhoria e fortalecimento da consciência para o bem de nós mesmos e da coletividade.
Isso pela razão de que a felicidade verdadeira mora dentro de cada um de nós, onde está instalado o reino de Deus e onde está inscrita a lei divina.
Portanto, caro leitor, diante do exposto, a felicidade deve ser buscada no desenvolvimento do autoamor, através da valorização das pequenas coisas da vida que, na verdade, são de grande significação para uma vida saudável, feliz, a exemplo de tocar numa flor, acariciando-a; atravessar um idoso de um lado de uma rua para o outro; ceder o lugar aos mais velhos e aos que têm direitos especiais; dar a devida preferência aos pedestres no trânsito; cumprimentar as pessoas e desejar-lhes “bom dia!”, “boa tarde!” ou “boa noite!”, mesmo que se tratam de desconhecidos; cuidar de um jardim e sorrir para a vida, para as pessoas e para si mesmo; realizar trabalhos voluntários etc…
E, assim, seguiremos despertando a felicidade que já mora e já se encontra instalada dentro de cada um de nós, em nossos respectivos “mundinhos” das nossas respectivas intimidades.
Logo, a felicidade deve ser buscada e despertada, através do esforço e da vontade…
Pensemos nisso, e muita paz!