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sexta-feira 13 junho 2025
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Brasil registra 1.459 feminicídios em 2024; média é de quatro mulheres assassinadas por dia

Análise regional revela que a maior taxa proporcional continua sendo da Região Centro-Oeste, com 1,87 feminicídios por 100 mil mulheres

O número de feminicídios no Brasil se manteve praticamente estável em 2024, com um leve aumento de 0,69% em relação ao ano anterior.

Foram registradas 1.459 vítimas ao longo do ano, contra 1.449 em 2023 — equivalendo a uma média de cerca de quatro mulheres mortas por dia em razão de gênero, segundo dados do Mapa da Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça.

Apesar do crescimento absoluto, a taxa de feminicídios por 100 mil mulheres permaneceu a mesma nos dois anos: 1,34. Isso indica que o número de vítimas tem crescido proporcionalmente ao aumento da população feminina no país, que passou de 107 milhões em 2020 para cerca de 109 milhões em 2024.

O levantamento evidencia uma tendência de estabilidade no índice de feminicídios após um período de alta. Em 2020, foram 1.355 casos registrados; em 2021, 1.359; em 2022, houve um salto para 1.451. A única queda no período ocorreu entre 2022 e 2023, quando o número caiu levemente para 1.449 (-0,14%).
Centro-Oeste lidera em taxa; Sudeste concentra mais casos

A análise regional revela que a maior taxa proporcional continua sendo da Região Centro-Oeste, com 1,87 feminicídios por 100 mil mulheres em 2024, bem acima da média nacional. O Sudeste, por outro lado, teve a menor taxa (1,16), embora tenha concentrado o maior número absoluto de casos: 532 vítimas.

Entre os estados, o Mato Grosso (2,47) e o Mato Grosso do Sul (2,39) lideram em taxa de feminicídios.
Na outra ponta, Amapá (0,50) e Sergipe (0,84) apresentaram os menores índices do país.

O Piauí registrou alta de 42,86% (de 28 para 40), e o Paraná teve aumento de 34,57% (de 81 para 109). Por outro lado, o Amapá viu uma redução de 50% (de 4 para 2 casos), e Sergipe apresentou queda de 37,5% (de 16 para 10).

Minas Gerais, embora continue liderando em número absoluto, foi o estado com a maior queda: de 167 feminicídios em 2023 para 133 em 2024 — uma redução de 20,36%.

Capitais lideram ranking

No recorte por cidades, as capitais do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) dividiram o topo do ranking, com 51 feminicídios cada em 2024. No caso do Rio, o aumento foi expressivo — 11 casos a mais em relação a 2023.

Outras capitais que aparecem entre os dez municípios ou unidades da Federação com mais feminicídios são: Brasília (DF), Manaus (AM), Teresina (PI), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Salvador (BA). Guarulhos (SP) também se destacou fora do eixo das capitais, com nove vítimas em 2024.