Search
segunda-feira 13 maio 2024
  • :
  • :

Sobe valor de cestas básicas no Vale

Sobe valor de cestas básicas no Vale

O NUPES calcula o custo da cesta básica recomendada para uma família com 5 pessoas e renda mensal de até 5 salários mínimos vigentes (R$ 4.990,00) desde setembro de 1996 nas cidades de Caçapava, Campos do Jordão, São José dos Campos e Taubaté. Em novembro de 2019, o preço médio da cesta nas quatro cidades foi de R$ 1.658,99 aumento de + 2,59% em relação ao mês de outubro. O valor é maior do que o verificado em outubro que foi de R$ 1.616,97. Esta variação interrompe uma série de seis variações negativas consecutivas que, acumulavam – 7,43%.
A Tabela 1 apresenta os preços da Cesta Básica Familiar das cidades do Vale do Paraíba e suas variações no mês de novembro de 2019, comparado ao mês de outubro de 2019. Em todas as cidades pesquisadas ocorreram aumento nos preços médios da cesta básica.

O maior percentual de aumento no preço da cesta em Caçapava e Taubaté está diretamente relacionado a variação no preço das carnes suína, bovina e aves. O Nupes pesquisa seis tipos de carnes: bovina (acém, alcatra, contrafilé e patinho), suína (bisteca de porco) e frango (inteiro).

Desses a média de aumentos em Caçapava foi de 13,11%, Taubaté de 11,66%, São José dos Campos de 8,18% e Campos do Jordão de 6,54%. A diferença no reajuste dependeu da estratégia dos estabelecimentos de cada cidade.
Em novembro os preços médios subiram em todas as cidades pesquisadas. A cidade de Caçapava se destacou com o maior preço da cesta básica da região, atingindo R$ 1.677,49 contra R$ 1.621,01 em Campos do Jordão, sendo a cidade que apresentou menor preço. A diferença da variação percentual dos preços entre as cidades de menor e maior preço em novembro foi de + 3,48% superior ao verificado no mês de outubro que foi de 1,04%.
A Tabela 2 apresenta o comprometimento dos cinco salários mínimos na aquisição da Cesta Básica Familiar, nas cidades pesquisadas e a média do Vale do Paraíba, bem como à disponibilidade financeira para outras despesas.

O percentual da renda necessária à compra da cesta em novembro foi, em média, 33,24% da renda total, portanto maior do que os 32,40% do mês de outubro.
Tomando como base a renda mensal de cinco salários mínimo (R$ 4.990,00), em novembro, a disponibilidade ficou em R$ 3.331,01 sendo este valor inferior ao verificado em outubro que foi de R$ 3.373,3. Tal disponibilidade menor de renda decorre do aumento de valor da cesta básica verificado no mês de novembro. A conseqüência negativa do aumento no preço da cesta básica e a manutenção no valor do salário mínimo no mês avaliado foi a menor disponibilidade para os outros gastos das famílias, como transporte, saúde, educação, lazer, entre outros bens que compõem a cesta de produtos consumidos pelas famílias
Na comparação dos preços médios de novembro de 2019 em relação outubro de 2019, dos 32 produtos de alimentação pesquisados, 19 apresentaram aumentos e 13 reduções. Dos 5 produtos
do item higiene pessoal 3 apresentaram aumentos e 2 reduções. Em relação aos 7 produtos de
limpeza doméstica 3 tiveram altas e 4 reduções.

A Tabela 5 apresenta a variação nos preços da cesta básica nos últimos 12 meses. A variação
positiva de + 2,59% no mês de novembro inverte a trajetória de queda dos preços dos produtos que
tem forte peso na composição da cesta básica, como os de gêneros alimentícios.
O mês de novembro apresentou uma mudança no comportamento do consumo das famílias,
principalmente, devido à carne que teve aumentos expressivos em todas regiões do País, não
somente no Vale do Paraíba. Identifica-se um comportamento diferente dos meses anteriores. As
variações de preços da carne motivada pela maior demanda externa e a variação cambial
influenciando os preços dos combustíveis, impactaram decisivamente, nos principais produtos que
compõem a cesta básica do Vale do Paraíba.

As condições do ambiente econômico que mantém, praticamente, com os mesmos
indicadores de desempenho, relacionado ao desemprego e a renda, quase inalterados, foram
afetados basicamente por variações de consumo externo e o comportamento cambial. Portanto, dois
fatores podem explicar em grande medida a variação positiva dos preços médios na região. O
primeiro relaciona-se às condições de demanda da Ásia, aumentou em cerca de 45% criando uma
certa escassez no mercado interno afetando significativamente a média dos preços pesquisados em
todas as cidades. O outro fator diz respeito às condições de natureza climáticas favoráveis para as
culturas, principalmente, de produtos alimentícios (que tem maior peso no cálculo da cesta básica)
influenciando assim os preços nos pontos de vendas.
As variações positivas do mês de novembro da cesta básica alteraram significativamente, as
variações acumuladas tanto no ano de 2019 como a variação dos últimos 12 meses na região do
Vale do Paraíba deixando-a maior do que a nacional, sendo de 5,85% contra 2,89% a inflação
nacional medida pelo IPCA e divulgada pelo IBGE. Vale notar que a cesta de produtos que
estamos tratando na região do Vale do Paraíba é de apenas 44 produtos, categorizados em 03
grupos: Alimentação, Higiene Pessoal e Limpeza doméstica, diferente da inflação nacional que tem
uma composição muito mais ampla de produtos pois contempla vários setores importantes da
economia.

Os principais produtos que sofreram variações em seu comportamento de preços assim
como os possíveis motivadores seguem abaixo.

PRODUTOS QUE APRESENTARAM ALTA NOS PREÇOS
Feijão (16,24%)
O preço da saca do feijão no Brasil subiu quase 50% em um mês e 150% em relação ao ano
passado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), os problemas climáticos
nas principais praças de oferta como: Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná prejudicaram a safra
do grão e reduziram a oferta do produto. A projeção do instituto é de que o abastecimento do feijão
só volte ao patamar normal em março do ano que vem.

Alface (16,06%)
Os preços foram favorecidos pelo aumento na procura, devido à proximidade do verão.
Além disso, o ciclo de desenvolvimento da cultura mais longo – devido ao clima nublado –, resulta
em atrasos na produção e, consequentemente, reduz a oferta. Dessa forma, a oferta permaneceu
limitada, resultando em preços maiores para o final da safra de inverno.
Carnes: Contrafilé (13,61%) Alcatra (13,55%) Patinho (9,32%) Bisteca Suína (6,75%) Frango
(6,62%) Acém (4,77%)

A alta das exportações para a China teve forte impacto na valorização da carne. O que
também ajudou a puxar o aumento dos preços no mercado interno. Desde outubro, as vendas de
carne bovina para os asiáticos vêm subindo sistematicamente, ultrapassando 50% do volume já
exportado. Nesse embalo, o preço do boi gordo no Brasil bateu recordes em novembro, segundo
dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, definindo
assim preços mais elevados para os consumidores finais
Cabe destacar que as carnes mais exportadas como o contrafilé apresentam alta superior a do
acém, mais consumido no mercado interno.

PRODUTOS QUE APRESENTARAM BAIXA NOS PREÇOS
Cenoura ( – 16,06%)
As condições climáticas favoreceram a produção e a produtividade está bastante elevada nas
regiões produtoras. O rendimento das variedades de inverno alcançou média de 101 t/ha, segundo
colaboradores do Cepea, bem superior ao verificado no ano anterior. A qualidade também é
satisfatória, favorecendo assim menores preços aos consumidores

Batata (- 10,89%)
Mesmo com as chuvas que tem dificultado a colheita em parte das lavouras em produção –,
e também à redução da oferta das praças da temporada de inverno, que caminham para o
encerramento, os preços não reagiram positivamente. Com boa qualidade e os níveis de oferta bem
equilibrada, os preços médios tiveram queda significativa
Cebola – (9,04%)
A alta oferta e o escoamento da cebola nordestina reduziram as cotações nas praças de
nordestinas e, a crescente oferta do Sul, contribuíram para que os preços caíssem. Com a
expectativa de intensificação das chuvas e da colheita para os meses de dezembro a perspectiva é
de seguir com preços menores.

Banana Prata (3,91%)
Vale destacar que o volume disponível na região estava controlado no período e deve
diminuir ainda mais no início de dezembro, com possibilidade de falta do fruto, já que a maioria dos
bananais estão “limpos”, ou seja, com poucos cachos a serem colhidos. Essa condição de menor
oferta poderá impactar o preço nos meses seguintes. O mês de novembro registrou queda nos preços
devido à adequação destes em relação às regiões produtoras.