Rui Noronha Sacramento foi condenado em um esquema de tráfico de órgãos
Morreu neste domingo, 8, Rui Noronha Sacramento, de 75 anos, um dos médicos condenados por homicídio doloso no caso conhecido como “Caso Kalume”, que expôs um suposto esquema de tráfico de órgãos em Taubaté na década de 1980. O velório foi realizado no Memorial Sagrada Família, em Taubaté, e o enterro ocorreu no mesmo local, às 12h. A causa da morte não foi divulgada.
Rui Sacramento é o segundo dos três médicos condenados a falecer. Em outubro de 2023, morreu Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, aos 70 anos. O médico que denunciou o esquema, Roosevelt de Sá Kalume, também faleceu em janeiro deste ano.
Sacramento, Torrecillas e Mariano Fiore Júnior foram condenados em 2011 a 17 anos de prisão pela morte de quatro pacientes. A pena foi posteriormente reduzida para 15 anos, mas os condenados recorriam em liberdade. Em fevereiro deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a ordem de prisão contra Sacramento e Fiore Júnior, após rejeitar um recurso da defesa.
A denúncia que deu origem ao caso foi feita em 1987 por Roosevelt Kalume, então diretor da faculdade de medicina em Taubaté, que relatou ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina de SP) a retirada ilegal de órgãos no Hospital Santa Isabel, hoje Hospital Regional. A investigação apontou que rins eram retirados de pacientes vivos e cadáveres sem consentimento, gerando repercussão nacional e até uma CPI no Congresso em 2003.
Além dos três médicos condenados, o inquérito também responsabilizou o médico Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, que morreu em 2011, antes do julgamento. O júri popular ocorreu 25 anos após o início do caso e marcou um capítulo importante na regulamentação de transplantes no Brasil. (Fonte: Meon)