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sexta-feira 16 maio 2025
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Modelo de OSS avança no país e melhora gestão da saúde pública

Com atuação em seis estados, Grupo Chavantes exemplifica como o modelo de OSS tem ampliado a eficiência e a qualidade na gestão da saúde pública

As Organizações Sociais de Saúde (OSS) têm ganhado espaço na administração de unidades públicas no Brasil. Segundo levantamento do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), em 2022 mais de 1.700 estabelecimentos, entre hospitais, UPAs, ambulatórios e unidades básicas, estavam sob gestão de OSS. O estado de São Paulo concentra 60% dessas unidades, seguido pelo Rio de Janeiro (21%) e Minas Gerais (6%).

As OSS são entidades privadas sem fins lucrativos contratadas pelo poder público para gerir serviços de saúde. A contratação ocorre por meio de contratos de gestão com metas quantitativas e qualitativas, prazos e indicadores de desempenho. O repasse de recursos está atrelado ao cumprimento dessas metas, o que estimula resultados e eficiência. Essas entidades têm autonomia para contratar equipes, adquirir insumos e organizar fluxos com mais agilidade. Letícia Bellotto Turim, presidente do Grupo Chavantes – oitava maior entidade do setor no país, explica que o modelo surgiu para modernizar a gestão pública, especialmente em áreas com alta demanda e necessidade de respostas rápidas. Na cidade de Taubaté o Grupo Chavantes está à frente da gestão do Hospital Municipal Universitário de Taubaté (HMUT), UPA San Marino, UPA Santa Helena.

O modelo traz uma lógica de eficiência, com foco em resultados e na qualidade do serviço prestado, ressalta Leticia. “É uma forma de gestão com metas claras, contratos fiscalizados e foco no cidadão. A grande diferença está na agilidade para resolver questões do dia a dia, sem a burocracia que muitas vezes compromete o funcionamento das unidades públicas”, afirma.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, essas instituições são até 52% mais produtivas e 32% mais econômicas em comparação aos serviços geridos diretamente pelo Estado. Uma pesquisa da Planisa, empresa especializada em gestão financeira na saúde, apontou que as OSS’s reduziram as despesas administrativas para 6,5% da receita total, enquanto nos estabelecimentos privados o índice ficou em 8,9%. Em produtividade, as OSS’s alcançaram taxa média de ocupação de 79%, frente a 65% dos hospitais beneficentes e 62% dos privados.

Aperfeiçoamento

Essas organizações se destacam pela formação de equipes qualificadas e por uma gestão profissionalizada, que favorece a alocação eficiente de recursos e reduz desperdícios. Também adotam boas práticas de governança, com impactos positivos no atendimento ao paciente.

“A flexibilidade na tomada de decisões e na implantação de novos protocolos melhora a experiência do usuário. Esse dinamismo torna os processos mais ágeis e adaptáveis, o que é essencial diante de demandas emergentes e das mudanças nas necessidades da população”, explica a presidente do grupo.

Além disso, as OSS’s introduziram protocolos atualizados, métodos modernos de gestão e maior capacidade de inovação, contribuindo para a melhoria contínua dos serviços oferecidos pelo SUS.

O Grupo Chavantes é um exemplo dessa atuação. Presente em seis estados e 20 municípios, está entre as dez maiores OSS do país. “A proposta da nossa instituição é unir eficiência administrativa ao cuidado humanizado. A gestão permite formar equipes com mais rapidez, manter o abastecimento de insumos e acompanhar os resultados com base nos indicadores contratuais”, esclarece Letícia.

Segundo o estudo do IEPS embora a maioria das unidades sob gestão de OSS’s seja formada por postos de saúde e UBSs (52,8%), o modelo tem avançado em hospitais e serviços de urgência e emergência. Em 2022, 248 hospitais públicos e 194 UPAs e prontos-socorros estavam sob responsabilidade dessas organizações — 9% e 12% do total, respectivamente.

Dados do IEPS mostram que a experiência das OSS impacta diretamente os resultados. Hospitais administrados por organizações consolidadas apresentaram crescimento médio de 54% nas internações cinco anos após a transição. Entre as iniciantes, o aumento foi de 21%. A mesma lógica se aplica à rotatividade de leitos: 41% nas mais experientes, contra 1,1% nas demais.

Para a presidente do Grupo Chavantes, os números confirmam a importância da profissionalização da gestão pública. “Quando uma OSS amadurece seus processos, os resultados aparecem. A saúde pública precisa disso: gestão qualificada, metas bem definidas e compromisso com o cuidado às pessoas”, conclui.

Sobre o Grupo Chavantes

A OSS (Organização Social de Saúde) Grupo Chavantes gerencia 35 projetos espalhados em seis estados brasileiros, o que a posiciona como a oitava maior entidade do setor no país, com uma gestão anual de aproximadamente R$ 720 milhões.