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sexta-feira 24 maio 2024
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Literatura em gotas – Romance inglês do início do século XX

Na transição entre os séculos XIX e XX, depois do esgotamento do Realismo e antes da renovação dos anos 1920, um importante grupo de narradores de língua inglesa ensaia caminhos diferentes.

O realismo descritivo que havia dominado a narrativa do século XIX na Inglaterra é substituído na virada do século por uma tendência de aprofundamento psicológico e moral das personagens, com ênfase na crítica social.

Já o escritor George Meredith (1828-1909) se concentra na análise da psicologia amorosa individual em seus romances, dotados de um intenso lirismo e de certa intenção filosófica.

Thomas Hardy (1840-1928), que também foi poeta, é mais interessante. Em suas obras, de tom radicalmente pessimista, as desgraças sentimentais e sociais se abatem sobre os protagonistas. Seu romance Tess, de D’Ubervilles apresenta um protagonista que, condicionado pelo determinismo de sua origem rural, não pode evitar nem o conflito com a sociedade nem o final trágico. Outro romance importante de Hardy é Judas, o obscuro, mais sombrio e pessimista que o outro.

Henry James (1843-1916) foi um norte-americano rico que viveu muitos anos na Europa, onde escreveu uma narrativa de grande perfeição técnica e estilo refinado.

Seus romances longos, como O retrato de uma senhora, centram-se nas classes altas e aprofundam as diferenças entre a mentalidade norte-americana e a europeia, por meio da consciência das personagens.
James também é autor de romances curtos, como A volta do parafuso, história assustadora de fantasmas, e A lição de mestre, sobre outro de seus temas preferidos: a criação artística.

Outra escritora norte-americana importante é Edith Wharton (1862-1937), discípula de Henry James Em suas obras, crítica a alta sociedade de Nova York, como em A era da inocência e A casa da alegria.

Prof. José Pereira da Silva