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sexta-feira 17 maio 2024
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Leitura de Taubaté – O código da eleição de 2022

Vida é uma palavra perigosa, forte, penetrante; a sua abrangência alcança o nascimento, o choro, a fralda, os primeiros tombos, as primeiras gracinhas, a cultura, o saber, o sexo, casamentos, cargos, educação, burrice, grossura, amores, desamores, filhos, atividades, e entrar para a reserva.

De posse de um velho dicionário, Bolsonaro criou o Estatuto que orientará os debates televisivos na campanha de 2022. O primeiro artigo é um aviso, coisa simples, mas, que pelo posicionamento, transforma-se em um grito de alerta. A coisa, com cara de idiotice, começa da seguinte maneira: Art. 1º”Fiquem todos os candidatos avisados, alertados, instruídos quanto aos temas que poderão ser abordados”.

Art. 2º “A sua participação nos debates apresenta uma exigência mortal, ou seja, ninguém poderá questionar as atitudes, as ações, as causas e consequências da participação da sua família e amigos na construção de um país poderoso, rico, sorridente, caminhando em direção ao retardo científico, cultural, econômico. Qualquer pergunta sobre a sua sagrada família ele virará a mesa. Não há um brasileiro capaz de profetizar, deduzir, adivinhar o que há sobre essa mesa, mas, de qualquer forma, é uma parte da política ligada diretamente a rede de esgoto nacional”.

Art. 3º “Bolsonaro não admitirá, a qualquer candidato, perguntas sobre os processos que seus filhos respondem na justiça, pois seria um desrespeito velado ao pintor Leonardo Da Vince. O famoso pintor renascentista, autor do famoso quadro: “Santa Ceia”, distribuiu os personagens no famoso jantar, seguindo a seguinte disposição: Bolsonaro está de baixo da mesa, oculto, gravando as conversas paralelas e, portanto, perigosas.

Bolsonaro está sem manto, não leva uma peça de roupa sobre o corpo, para evitar dúvidas e comentários maldosos. Seu filho Flavio, rosto de anjo barroco, foi pintado ao lado de Judas. Ele tenta convencer o apóstolo traidor a investir as 30 moedas, pagamento da traição, nas rachadinhas do Rei Herodes. Carlos Bolsonaro, rapaz de grande valor, tenta convencer o apostolo Bartolomeu a entrar em seu programa de fake news, divulgando que Pilatos é chegado em rapazes carioca. O caçula, Renan Bolsonaro negocia a facilidade de aproximação ao mestre. Qualquer pergunta nesse sentido ou próxima ao assunto exposto ele deixará o debate.”

Art. 4º “Qualquer pergunta sobre sua ex-mulher e administradora da empresa de rachadinhas, de propriedade dos filhos, será imperdoável. Ela possui curso de administração em investimentos ilícitos, organizado por Tio Patinhas em convênio com a Universidade da Galiléia”.

Art. 5º “Ele, Bolsonaro, tem quatro anos de mandato a ser objeto dos debates. Nesses quatro anos, mesmo diante da escassez econômica, ele projetou o famoso ateliê de escultura chamado Pedra de Pau; um departamento que foi capaz de esculpir obras sublimes como Paulo Guedes e Pazzuelo.”

Art. 6º “Ele, como candidato a reeleição não admitirá provocações de ninguém, nem do Dória, do Lula, do Moro, do Pacheco; Não aceitará comentário sobre as 615 mil mortes causadas pela covid-19”.

Art. 7º “Qualquer comentário sobre o seu tempo de militar, sobre sua prisão por péssimo comportamento no tempo de exército, caso isso venha a acontecer, abandonará o debate, procurará o Bispo Esfaqueador, mudará o lado corpório onde a faca fará o seu trabalho e irá descansar em um hospital qualquer, longe do Barbudo, seu pesadelo de todas as noites, longe do Moro Lava Jato, distante do baixinho Coronavac, seu inimigo de bolso”.

O 8º artigo está sendo preparado por sua equipe de apoio, todos generais de 12 estrelas e admiradores do Império Romano, local de nascimento da palavra Generalis, ou seja, aquele que vive a grosso modo, portanto chefe de alguma coisa. No momento eles pararam o trabalho para verificar no dicionário como se escreve a palavra oitavo. Portanto, os debates de 2022, dependem dessas pequenas cláusulas expostas.

Prof. Carlos Roberto Rodrigues