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sexta-feira 6 junho 2025
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Giramundo – Dia Mundial do Meio Ambiente: em busca de um planeta sustentável em um mundo consumista


Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, a humanidade se vê diante de um paradoxo: nunca se falou tanto em sustentabilidade, mas nunca se consumiu tanto. Enquanto cientistas alertam para os limites do planeta, o modelo econômico vigente continua incentivando o descarte, o desperdício e a exploração desenfreada dos recursos naturais. Neste ano, o debate ganha ainda mais relevância com a confirmação da COP 30 no Brasil, em 2025, um momento crucial para repensar nosso futuro coletivo.

O custo do consumo desenfreado

A cultura do “compre, use, descarte” não só esgota matéria-prima como alimenta desigualdades sociais. Segundo a ONU, se o consumo global continuar nesse ritmo, até 2050 precisaremos de três planetas Terra para sustentar nosso estilo de vida. Enquanto isso, o lixo eletrônico, o desmatamento e a poluição plástica seguem batendo recordes, sufocando ecossistemas e agravando a crise climática.
O Brasil, sede da próxima COP 30, carrega uma dupla responsabilidade: ser palco de discussões globais enquanto enfrenta desafios internos, como o aumento do desmatamento na Amazônia e a pressão do agronegócio sobre biomas vitais. A conferência será um teste para ver se o país – e o mundo – estão dispostos a ir além dos discursos e implementar políticas reais de preservação.

COP 30: Oportunidade ou Greenwashing?

A escolha do Brasil para sediar a Conferência do Clima da ONU em 2025 reacende esperanças, mas também suscita críticas. Será que os líderes mundiais e as grandes corporações estarão dispostos a frear o consumismo predatório? Ou a COP 30 se tornará mais um palco de promessas vazias, enquanto o mercado segue vendendo “sustentabilidade” como um produto, e não como uma necessidade?
Alguns especialistas apontam que, sem uma mudança estrutural no sistema econômico – que hoje prioriza o lucro acima da vida –, acordos climáticos continuarão sendo insuficientes. “Não adianta falar em neutralidade de carbono se não questionarmos o excesso de produção e o consumo desnecessário”, afirma Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente.

O que podemos fazer?

Enquanto os governos e as empresas discutem metas globais, a pressão por mudanças também deve vir da sociedade. Pequenas ações fazem diferença:
Reduzir o consumo (evitar compras por impulso, optar por produtos duráveis).
Exigir políticas públicas que limitem a produção de plásticos e incentivem a economia circular.
Cobrar transparência das empresas sobre seus impactos ambientais.
Apoiar iniciativas locais de reciclagem, agroecologia e energias renováveis.
O Dia Mundial do Meio Ambiente não deve ser apenas uma data simbólica, mas um chamado à ação. A COP 30 no Brasil pode ser um marco histórico – desde que não sirva apenas para lavar a imagem de poluidores, mas para promover mudanças reais. O planeta não suporta mais promessas. Ele precisa de atitudes humanas para evitar atitudes da natureza que possam penalizar ainda mais aqueles que têm baixo acesso aos meios de consumo, mas anseiam por mais consumo e qualidade de vida.

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Oswaldo de Campos Macedo é professor de História e Fotógrafo