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terça-feira 7 maio 2024
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Comilanças Históricas e Atuais – Uma lição de amor: o ensino da vida

Comilanças Históricas e Atuais – Uma lição de amor: o ensino da vida

I – O fato de criar um filme
O filme “Uma Lição de Amor” dirigido por Jessie Nelson com roteiro de Kristini Johson. O elenco glorificou-se na escolha de Sean Pinn e Michele Pfeiffer.

II – O filme
A direção do longa está nas mãos de Jessie Nelson; está na sua sensibilidade e na capacidade de fazer um ator tremer de frio num clima de 30 graus. O roteiro foi escrito por Kristine Johson que nadou pelas águas da ciência, da psicologia, da medicina e do olhar de Deus.

O personagem protagonista foi entregue ao artista Sean Pinn, trabalho com a voz, o olhar, os gestos, as lágrimas, as alegrias e, com certeza, conversa com o palco e a câmera.
A atriz Michele Pfeiffer entra na pele de uma advogada bem sucedida mas com sérios problemas no casamento e com o relacionamento com o filho.

III – Os primeiros passos
Sam Dawson tinha 40 anos mas o desenvolvimento intelectual de um menino de 7 anos. Ele trabalhava como garçom numa lanchonete. Ao término do seu horário retirou o uniforme de trabalho, despediu-se dos amigos e partiu ganhando a rua. Luz, brilho, música, carros, dores passeando no espaço; realidades sentadas nos bancos de cimento. Foi num minuto apresado que San colocou seus olhos numa mulher de rua, sem destino, sem retorno, sem um pedaço de terra para dormir. Conversaram sobre a vida que estava naquele banco, falaram da existência que andava pela lua e, San, coração formado por sonhos infantis e bolinhas de gude, a levou para sua casa, para o seu quarto, e na ultrapassagem dos traços reais, ela engravidou. Como moradora de rua, é uma vítima da violência que não apresenta anúncios, é originária da pobreza indefinida, não possui vínculos familiares, não possui moradia, amor, paixão e carinho. Essa mulher deu à luz uma filha, porém fugiu no meio do povo incógnito, deixando a filha para San criar.

IV – O mundo, bola desenhada
O universo é formatado por quadros de terra política, que de vez em quando pensa. No seu giro de todos os dias ele observou um contingente de homens, mulheres, crianças, consideradas deficientes; os seus olhos de mundo misterioso doeram muito, e com o seu físico de bola resolveu distribuir essa população para ser tratada por centenas de especialistas comprometidos com a assistência social e, não mais, como privilégio de médicos.

V – Mundo e direito
O mundo mexeu com as águas de suas praias, retirando da espuma a ideia dos direitos de autonomia aos deficientes, direito a sexualidade, a construção de uma família, ter entre as suas posses os direitos civis, políticos, e o encontro com a sua dignidade.

VI – Deficiência – retardo
Ele era um moço estudioso, observador e admirador de sorvete. Nos seus estudos ele conceituou o retardo mental como uma deficiência relacionada a inteligência. Em outras palavras é a capacidade que o cérebro possui de acompanhar as fases do desenvolvimento infantil de acordo com a idade.
A deficiência apresenta uma repercussão imediata da doença sobre o nosso corpo, alterando a estrutura orgânica e dificultando movimentos. O nome dele era Piaget.

San cuidava da filha Lucy; a levava a escola, trabalhava, a buscava e era um verdadeiro beatlemaníaco daqueles que respiram músicas a partir da primeira nota, do nascimento do feto. O nome Lucy veio de uma música de Lennon que, por sua vez, pisou na aventura de “Alice no País das Maravilhas” e do “O Mágico de Oz”.
San brincava com Lucy, contava-lhe histórias, rolava no chão, separava as estrelas do céu.

VIII – O trabalho
San, andando pelas suas ruas que o levavam ao trabalho sabia que conseguira se inserir no meio social, alcançou a sua autonomia, mas não conseguiu penetrar no mundo abstrato e nos avanços intelectuais da filha.
A escola denunciou San. Uma assistente social pesquisou as causas biológicas, biopsicossocial, transtorno visível, ela apenas valorizou o biopsíquico social do pai.

É muito interessante destacar a fala da psicologia jurídica em não se apegar aos dados teóricos no julgamento, mas preferiu investigar a realidade na sua esfera mais complexa. San possui uma percepção da vida que extrapola a emoção da justiça. Em outros momentos, arranca uma sensibilidade interior que orienta a corte a sentir empatia por todos os seres humanos.

Há um momento no filme que San vende seu apartamento mudando para perto de Susi, com a única finalidade de acompanhar o seu mundo. Ela mora com a mãe substituta. Todas as noites, na chegada do vento, Lucy foge, pula a janela para dormir com o seu pai San.

IX – Pai e filha
Tudo parecia estar muito distante. O retardo mental de San atravessava montanhas fora da visão. De repente, seu coração murmurou bem baixinho, mostre-lhe uma infinidade de cores, e ele percebe como a filha Lucy era importante para ele. O seu olhar perfura a profundidade da tela, penetrando nas lágrimas do público.
A teoria dos diferentes deve estar em algum lugar. Os tipos de inteligência pendurados na velha árvore permitem abordagens entre os são e os que sofre com o retardo. A sua cabeça, por momentos, acredita na existência de uma outra teoria psíquica, diferente de modelos constituídos. A linha adotada pelo filme vai ao encontro das ideias sobre autonomia, uma espécie de guarda compartilhada entre San e a mãe substituta, que ajuda, apoia, torcendo para San exercer o seu papel de pai.
Assim, o apito do juiz, um juiz muito centrado no ser humano, pois ele é o San que corre dentro do seu sonho. O jogo acontece. O campo não entende o que está acontecendo mas Sandy faz um gol, os torcedores correm para todos os lados: O tribunal, a guarda compartilhada, o pai que pensa dentro do seu sete anos e a mãe substituta que ampara uma pequena flor dentro da beleza e do real.
A música dos Beatles
“Lucy no céu com diamantes”
“Imagine você mesmo em um barco em um rio.
Com árvores de tangerina e céus de marmelada.
Alguém te chama, você responde lentamente.
Uma garota com os olhos de caleidoscópio.
Flores de celofane amarelas e verdes.
Elevadas sobre sua cabeça.
Procure pela garota com o sol em teus olhos.
E ela se foi.
Lucy no céu com diamantes.
Lucy no céu com diamantes.
Siga-a abaixo em uma ponte, através de uma fonte.
Onde as pessoas em cavalinhos de pau comem.
Tortas de Marshmallow.
Todos sentem enquanto você é levada através das flores,
Que crescem tão inacreditavelmente alto.
Os taxis de jornal aparecem com neve nas costas.
Esperando para te levar.
Suba na traseira com sua cabeça nas nuvens.
E você se foi.
Lucy no teu céu com diamantes.
Imaginem você mesmo um trem numa estação.
Com porteiros de massa de modelar.
Com gravatas de vidro.
De repente, alguém está lá na catraca.
A garota com olhos de diamantes.
Lucy no céu com diamantes.
John Lennon/Paul Mcarteney

RECEITA

Panquecas com recheio de doce de leite

Ingredientes:
Massa: 1 xícara de chá de leite; 1/2 xícara de chá de farinha de trigo; 1/2 xícara de chá de Amido de Milho Maisena; 1 colher de sopa de açúcar; 1 ovo; 2 colheres de sopa de margarina; 1 colher (café) de sal; 1 colher de sopa de óleo.
Recheio: 300 gramas de doce de leite; 1/2 xícara de chá de morangos; 1/2 xícara de chá de mirtilos.
Modo de Preparo: Bata bem todos os ingredientes no liquidificador, exceto a margarina derretida. Quando a massa do liquidificador estiver bem lisa, adicione a margarina. Unte uma frigideira antiaderente com óleo e leve ao fogo médio. Quando estiver levemente quente coloque uma concha da massa crua na frigideira e cozinhe até dourar levemente dos dois lados. Espere as panquecas esfriarem e recheie com o doce de leite. Dobre no formato de sua preferência. Decore com as frutas vermelhas sobre as panquecas, se desejar.

Por Adriana Padoan