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quarta-feira 8 maio 2024
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Comilanças Históricas e Atuais – A Lista de Schindler: eu poderia ter salvado mais gente

Comilanças Históricas e Atuais – A Lista de Schindler: eu poderia ter salvado mais gente

I – HITLER
Dizem os entendidos que todas as lendas nascem em abril. Era noite e um escorpião acasalara-se com uma lagartixa; um besouro transou com uma lâmpada da marca Lux e o menino Hitler nasceu em Branau, Áustria. Fez tanto cocô que, em nome da atmosfera, tomou banho três dias seguidos.
Seu pai era grosso, cavalar e, de vez em quando, fresquinho dos campos abertos. Sua mãe vivia calada; descobriram que tinha boca, 30 anos depois do seu nascimento. Na escola primária, Hitler levou duas semanas para fazer a perna do a.

Foi reprovado na Academia de Belas Artes, duas vezes, disputando as provas do vestibular da época. Alguns de seus irmãos menores, morreram antes do tempo. Com muito custo, tornou-se maloqueiro nas ruas de Viena, vendendo seus quadrinhos, pintados com os dedos, para poder comer.

Em Viena, tornou-se um cidadão antissemita, pois, numa madrugada catadora de ópera, fora estuprado por um judeu; isso é o que contam pelas ruas.

Fora soldado na Primeira Grande Guerra, tendo como missão entregar cartas de morte, amor, dor, saudade, sexualidade.

Na tarde das cerejas, enquanto sonhava com milhares de homens, o diabo malfagoso entrou em seu corpo lhe introduzindo a oratória, poder político, exército e guerra.

II – O filme: A LISTA DE SCHINDLER
O filme morava dentro do corpo de Steven Spielberg desde 1931, quando leu o livro escrito por Schindier’Ark, do romancista australiano Tomás Kenneally.

III – A obra
Não se afasta das ações do empresário alemão, filiado ao partido nazista, junto com sua esposa Emile Schindler, salvou mais de mil refugiados holandeses do holocausto, principalmente gente cansada, torturada, esgotada, muitos nascidos na Polônia, empregando-os em suas fábricas durante a Segunda Guerra Mundial.

IV- As propostas
A Universal Pictures comprou os direitos sobre o romance, fato que prova que o estúdio sentiu a grandiosidade dos acontecimentos, além de todos os espaços do planeta Terra. Quando o diretor do estúdio percebeu que estava diante do tema do holocausto, tentou contratar vários diretores para enfrentar a temática e o filme.

V – Lágrimas do E.T.
Depois de tanta recusa, reflexões, projetos e desenhos, Steven Spielberg resolveu dirigir o longa-montagem, com o roteiro escrito por Steven Zaillian.

Os autores escalados pela ordem de enredo: Lia Neenson atuou como Schindler; Ben Kingaley representou o contador judeu, Itzhaq, Stern e Half Fiennis, como oficiais da SS. Goth, tenente totalmente desiquilibrado representante do estado espiritual que o nazismo penetrou na consciência das pessoas. Ele era, na verdade, o exterminador dos desertores.

As fotografias principais do filme despertaram as cidades de Cracóvia e Polônia, durante setenta e dois dias de filmagem. Por problemas de violência da guerra e por fatores psicológicos Spielberg preferiu realizar as filmagens em branco e preto, como se fosse um longo documentário.

VI – O enredo do filme
O filme tem o seu início em 1939, com os alemães dando início à recolocação dos judeus, poloneses para o Gueto de Cracóvia, logo depois do início da Segunda Guerra. Essa resolução parece, à primeira vista, um desenvolvimento sequencial aos acontecimentos; no entanto, o objetivo é destruir um país, separar famílias, destruir a raça judia, desmoralizar a humanidade existente dentro de cada um. Não podemos nos afastar de que o termo Gueto tem uma aparência de uma faca: corta o social e o substitui pela marginalidade, pela favela, pelo bairro dos desesperados.

Enquanto esse projeto nazista estava sendo colocado em prática, Oscar Schindler, um empresário alemão de Moravia, chega à cidade com a esperança de fazer uma fortuna lucrando com a guerra.

VII – O partido nazista
Oscar Schindler, um membro do partido nazista consegue subornar os oficiais da Wehrmasht e da SS a transferência dos prisioneiros. Patrocinado pelos judeus a caminho do campo de extermínio, ele adquire uma fábrica para produzir panelas esmaltadas para o exército. Sem prática na administração de empresas consegue a colaboração do judeu Ilzhak Sterni, do Conselho Judeu que controla e controlou a comunidade empresária dos judeus.

VIII – A fábrica
Ao abrir a fábrica Schindler agrada aos nazistas oferecendo festas, bebidas, mulheres, motivo pelo qual passa a ser chamado de “Herr Direktor”, e transforma os judeus condenados a morte, em funcionários da indústria de panelas esmaltadas. Os trabalhadores, os judeus condenados aos campos de concentração, não recebiam qualquer espécie de salário; o equivalente à folha de pagamento, era destinada aos generais da SS. Durante a calada da noite, o judeu Stern falsificava os documentos e aumentava o número de judeus na folha de registro das empresas, como funcionários essenciais. A lua, as estrelas, os astros e o golpe, e os judeus, aos poucos eram retirados da relação daqueles que iam aos “Campos de Concentração”.

IX – O modelo
O modelo perfeito de nazista, o tenente Amon Goth da SS, chega em Cracóvia para supervisionar a construção de um novo campo de concentração. Ele sorri batendo, sorri ferindo, gargalha quando mata um judeu. Ele, Goth é subornado, aceita o projeto de Schindler, dando-lhe apoio. Ao terminar a sua obra do campo de concentração tenta imitar o projeto de Schindler, passando a executar e a contratar os funcionários das empresas de quem admira. Oscar Schindler ganha muito dinheiro, tornando-se uma fortuna dentro dos quadros da SS.

X – Os minutos
Num primeiro momento, Schindler se prepara para deixar Cracóvia com sua fortuna. Porém, sem motivos claramente explicados, se arrepende e passa a comprar os seus próprios funcionários que estão em poder de Goth. São comprados um a um, do tenente, um tipo de suborno absurdo que leva Schindler a montar uma lista, adequando pessoas e o orçamento.

Quando comprados e libertados, escaparão dos campos da morte. A lista de Schindler apresenta o nome dos judeus especializados, as letras de cada nome levavam-nos a tortura e ao forno. Schindler transforma essa lista na possibilidade de futuro. As mulheres que estavam na lista, por um erro, vão a Auschwtz; mas Schindler segue-as até o campo e usando a sua capacidade e coração, consegue tira-las do interior do forno da morte.

XI – A luta
Para manter os seus funcionários com vida, gasta toda fortuna que ganhara. No entanto, a sua riqueza acaba, no exato momento que o exército alemão se rende. A Lista de Schindler no transcorrer do drama histórico representa a vida, a ideologia, a filosofia, a crença no ser humano seja da etnia que for. Na despedida dos funcionários, sua cabeça desenha cada passo dado ao longo da guerra; sem esperar, recebe dos prisioneiros, agora livres, uma carta inocentando-o, ou seja, ele nunca fora um criminoso. No final do texto escrito pelos seus funcionários há uma citação do Talmude: “Aquele que salva uma vida salva o mundo inteiro”. Ele, considerando a linha divisória da consciência, existe uma certeza: “Eu poderia ter salvado mais gente”.

Oscar Schindler parte chorando as lágrimas cassadas no rio do olhar. Mas porque ele chora?

A lembrança das centenas,
De crianças, todas felizes,
Marchando para morte.
No meio do grupo, uma loirinha,
Vestida de vermelho.

XII – O tempo

Duas horas depois, quatro
Carrinhos, desses usados na
Construção civil, trazem os
Corpos sem vida das crianças.
Num dos carrinhos, em cima
De todas as crianças, está o corpinho
Da menina de vermelho.

Morreu o vermelho.
Com ele, faleceu a paixão, a força, o calor
E o amor quixotesco, deixaram
De existir
A chapeuzinho vermelho esqueceu-se do lobo mau.
Entrou num arco ires e
Despediu-se do mundo.

XIII – Terra
Na cova de terra seca, contaminada pelo ódio, Hitler, vestido de mulher, ajeitava os cabelos e o bigodinho, no corpo de MEDUSA – MALÉFICA, MONSTRUOSA, rodeada de serpentes, apresentando um militar vivenciando GÓRGONA.

RECEITA

STRUDEL DE MAÇÃ

Ingredientes:
Para a massa: 1 colher (sopa) de banha; 100 ml de água; 1 ovo; 250 g de farinha; 75 g de manteiga; 1 colher de sopa de azeite e uma pitada de sal.
Para o recheio e cobertura: 1 colher (sobremesa) de canela; 1 gema; 3 maçãs; 50 g de nozes; 50 g de uvas passas; 75 g de açúcar; açúcar em pó p/ polvilhar

Modo de fazer: Peneire a farinha em coroa sobre uma superfície lisa e no centro coloque o ovo, um pouco de sal e a banha derretida. Misture bem todos os elementos e junte a água morna, a pouco e pouco. Trabalhe a massa até se despegar das mãos e da pedra. Molde a massa em bola, coloque-a num prato e unte-a com azeite. Cubra com uma tigela aquecida e deixe repousar durante 30 minutos. Passado o período de repouso, ponha a massa sobre uma toalha polvilhada com farinha. Pincele a superfície com um pouco de azeite e comece a esticá-la a partir do centro até ficar com a espessura de uma folha de papel e estar completamente transparente. Corte o bordo da massa e salpique-a com a manteiga derretida.Espalhe por cima as maçãs previamente descascadas e cortadas em fatias finas. Polvilhe com açúcar e canela misturados, as nozes grosseiramente picadas e as sultanas. Enrole o strudel com a ajuda da toalha e pincele a superfície com gema. Coloque o rolo num tabuleiro ligeiramente untado e leve a cozer em forno bem quente (220º C) até a massa estar quebradiça.
Sirva o strudel polvilhado com açúcar em pó e cortado aos bocados.

por Adriana Padoan