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quarta-feira 8 maio 2024
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Comilanças Históricas e Atuais – A Lenda de Tarzan: o inglês da selva

Comilanças Históricas e Atuais – A Lenda de Tarzan: o inglês da selva

I – A lenda de Tarzan
A quantidade de filmes, livros, revistas em quadrinhos, sobre a vida e as aventuras de Tarzan, ultrapassaram as ondas do mar, com 100 cavalos marinhos esquiando sobre o túnel formado pelas águas.
O personagem e o universo que giram em seu entorno, foram criados por Edgard Rice Burroughs, um jornalista que descobrira onde batia o coração da literatura.

Meus queridos leitores, retirem da cabeça que o herói ou mito Tarzan nasceu na selva. Ele é filho da Inglaterra, seus pais eram filhos de aristocratas ingleses que se amavam. Entre os sonhos que habitavam na cabeça do casal, estava o desejo de conhecer a África. O navio em que eles viajavam sofreu um motim, os passageiros desembarcaram na floresta fechada, projetada por todos os deuses que já viveram na Terra, um pontinho da Via Láctea. O pai de Tarzan beijou a esposa; os lábios lembraram os sentimentos que foram espalhados, em nosso espaço de vivência, por Eros. E, os dois, foram flechados por setas feitas de cipó-madeira. Deixaram o filhinho recém-nascido, John Clayton III, Lorde de Greystok, próximo a um pé de samambaia real.

II – Os macacos manganês
Nós tivemos no vasto mundo de Raimundo, dois escritores criadores de novas palavras, todas direcionadas ao olhar aproximado pela poesia e seu tecer; uma palavra nova sempre consegue lançar uma estrela, em qualquer constelação.

O macaco solitário, que vivia na floresta, contando sementes de girassol e sua namorada, colecionadora de orquídeas raras, resolveram criar aquela criança. O macaco mangani conhecia todas as leis de sobrevivência na selva; entendia e praticava todos os golpes de defesa física, existente no continente. O casal deu ao menino adotado o nome de Tarzan, que significa “Pele Branca”.

III – Tarzan jovem
O menino cresceu, adquiriu uma força de espantar; a sua agilidade era 100 vezes maior do que a rapidez dos brancos da civilização. A sua inteligência, fortalecida pela asa de uma borboleta azul, possibilitou-lhe o aprendizado das línguas tribais e dos animais. Ele reconhece, acompanha, ouve as declarações de amor entre os elefantes: “Sua tromba tem o cheiro do mel; é elegante como o canto dos pássaros noturnos; seus beijos são mais suaves do que as lágrimas de uma cachoeira, onde os beija-flores fazem a sua dança da paixão rápida, voo rápido, desejo inesperado.”
Ao passar dos dias, dos raios de sol espelhado, dos peixinhos vermelhos dançando cantigas-de-roda nas águas do rio, Tarzan tornou o defensor ecológico da floresta, o protetor das tribos primitivas, o admirador dos animais, das aves, o paladino das florestas e das lendas que escorrem dos paredões.

IV – Um início
Tarzan e sua epopeia contada nos dias e nas noites, frias ou quentes, romanceadas ou lendárias, teve um ponto de partida, um minuto de reflexão: “Era uma vez, lá nas terras europeias, duas crianças foram abandonadas. Uma das crianças chamava-se Rômulo e, a outra, Remo. As lobas e os lobos, moradores das altas cordilheiras criaram os dois meninos. Eles cresceram, aprenderam a andar sobre as coisas possíveis e impossíveis e, assim, fundaram Roma.”

V – A lenda de Tarzan, lançado em 2016
O filme foi dirigido por David Yates. O roteiro foi escrito por Stuart Beattie, Craig Brewer, John Collee e Adam Cozad.

Os reinos, importantes, grandiosos, ou não, vivem problemas políticos e sociais. O rei Leopoldo II, da Bélgica, por meio de empréstimos, deve uma fortuna à Inglaterra. Uma das possibilidades de acertar as suas dívidas com o reino Bretão é conseguir na África, os diamantes Opar, em posse de uma tribo comandada pelo chefe Mbongo.

Para essa tarefa contrata um dos mais violentos vilões existentes no mundo, o subproduto social chamado Leon Rom. O nobre John Clayton III, Lorde Greystok que já fora Tarzan, no período que viveu na selva e sua esposa Jane, são convidados a voltar para o Congo, servindo como Emissário de Parlamento Britânico, para verificar a denúncias de tráfico de escravos africanos para trabalhar de graça, nos campos europeus. O diplomata americano George convence o Tarzan e sua esposa Jane a visitar o Congo, principalmente porque o casal tivera um filho natimorto e a emoção caminhava na frente de todas as dores.

A cortina que abre sobre o palco do filme esconde, de propósito, que há um jogo de poder, de ganância, de vingança, de corrupção organizada pelo violento Capitão Rom.

VI – A ação rompendo e causando dores
Tarzan e Jane enfrentam os exploradores violentos e irracionais que pretendem subjugar, escravizar o povo do Congo. É interessante, neste filme, que as origens de Tarzan são oferecidas ao público através de flashback. O corrupto Leon Rom coloca Tarzan olhando, olhos nos olhos, o chefe tribal Mbongo, que acusa Tarzan de ter eliminado o seu filho. Os diamantes de Opar, obsessão do vilão Leon Rom, estão em mãos do líder tribal, que jurara vingança contra Tarzan, O vilão aproveita-se de todo o imaginário do passado que paralisa os dois personagens. Leon aproveita-se do pretérito, da recordação, e assassina o chefe africano, levando Jane como refém, obrigando Tarzan o seguir a sua embarcação.

A invasão do exército de Leon Rom, na tribo onde estão os diamantes, torna-se um momento significativo do filme, mas a tonalidade de sépia, tentando dar um tom de envelhecimento na ação, prejudica a visualização e entendimento sequencial. Os computadores usados nas filmagens, a técnica utilizada, apresenta a luta de Tarzan e seu irmão gorila, Akut, dentro de um quadro muito próximo da deformação do animal. Há no processo fílmico um certo desleixo com as roupas de Jane, afastando qualquer sensibilidade do público quanto a sensualidade feminina. O próprio Tarzan mostra o seu corpo da cintura para cima, destruindo a imagem que serve como modelo de montagem da estética do herói, opondo-se aos filmes produzidos antes dessa revisitação ao universo do homem macaco.

Na outra ponta do enredo está as interpretações do envolvimento das potencias estrangeiras na escravização do povo inglês; o salvamento de Jane das mãos dos homens que se movimentam pela injustiça humana; a passividade dos africanos frente ao processo de dominação belga.

No final, percebendo a dificuldade do momento histórico, Tarzan pede o auxílio dos seus amigos animais, provocando o maior estouro das manadas africanas, derrotando, dessa forma, o exército belga e consequentemente um europeu salva os negros do imperialismo radical, absurdo, desumano.

Além do filme em si, com suas qualidades e defeitos, não podemos abandonar a ideia de que Tarzan está muito próximo do “Bom Selvagem” do filósofo Rouseau, que pensou na existência de uma humanidade naturalmente boa, mas que poderia ser corrompida pelo desenvolvimento civilizatório. Dai a sua preocupação com a preservação do homem através de um Contrato Social.

Ao terminar esse comentário simplório sobre o Tarzan, do ano de 2016 acredito que não posso passar na lateral de muitos heróis que, por alguns motivos, estiveram entre nós; respirando, vivendo, sofrendo, vestindo os trajes não tão bonitos, porém, tecidos pela realidade.

VI – Os Tarzans reais
Era uma vez, no ano de 1797, nos bosques do sul da França, encontraram um menino de 11 ou 12 anos, que nunca entrara em contato com outro ser humano. Vivia como um animal selvagem; não andava, não falava, não se expressava. Foi estudado pelo médico Jean Marc Gaspard Itard. Esse jovem médico acreditava que o menino podia ser educado e abraçado pela sociedade. O cineasta francês Truffaut, colocou seu pensamento dentro do coração e filmou a história desse menino, gerando a película “O garoto selvagem” de 1970.

VII – O Tarzan alemão
Era uma vez, lá na Alemanha, no início do século XIX encontraram uma criança que fora abandonada parada em uma praça. Ele tinha 15 anos e passara sua vida numa masmorra, alimentando-se de pão e água. Quando foi encontrado, em Nuremberg, tinha uma carta escrita por alguém que desaparecera no pó da iniquidade. O menino nunca tivera contato com humanos e com certeza descendia da nobreza. Ele não se expressava, vivia encolhido, mostrava as pessoas o seu olhar e medo.

Aos poucos aprendeu algumas palavras, conseguiu falar ao longo do tempo. O seu nome era Kaspar Hauser. O seu raciocínio, mutilado pela solidão não conseguia diferenciar os sonhos da realidade. Não sabia comer carne, sucos ou outros alimentos.

Ele viveu na casa de alguns tutores até ser assassinado com uma facada no peito em dezembro de 1833, nos jardins de um palácio. O cineasta alemão Werner Herzog em um dia mais ou menos chuvoso, beijou uma rosa em um jardim; depois, por mera coincidência, olhou para o céu e viu, no azul bedido de azul, uma nuvem branca brincando com outra nuvem como crianças sem direção.

Herzog pegou a sua câmera de construir filmes para o cinema. Ajeitou-a em seu peito e saiu pelas ruas filmando “O Enigma de Kaspar Hauser”; isso aconteceu em 1974. Esses personagens são reais, vivos, tristes, mas querem ser amigo de Tarzam

RECEITA

Sticky Toffee Pudding

INGREDIENTES:
Para o bolo: 225g ameixa seca sem caroço; 85g manteiga sem sal amolecida; 100g açúcar mascavo; 2 ovos; 2 colheres de sopa calda de maçã ou 1 colher de sopa extra de açúcar mascavo; Uma pitada de sal; 175g farinha de trigo com fermento; creme de leite de caixinha ou nata para servir.
Para a calda de maçã: 1 e 1/2 xícaras de chá suco de maçã; 1/2 xícara de chá de açúcar mascavo; 1 colher de sopa maple syrup ou mel.

Para o caramelo: 50g manteiga sem sal; 175g açúcar mascavo; 200ml creme de leite fresco; 1 colher sopa calda de maçã (opcional).

MODO DE FAZER: Comece pela calda de maçã. Coloque o açúcar e o suco de maçã em uma panela. Deixe reduzir em fogo baixo até atingir a temperatura de 107C. Tire do fogo e deixe esfriar. Em seguida adicione o maple syrup. Enquanto isso unte uma forma de muffin com bastante manteiga e corte círculos em papel manteiga do tamanho do fundo das forminhas e coloque por cima da camada de manteiga. Reserve. Coloque as ameixas em uma vasilha e cubra com água fervente por cerca de 15 minutos. Em seguida retire o líquido e bata as ameixas em um liquidificador até obter uma consistência de purê. Combine a manteiga e o açúcar com a batedeira ou batedor de arame. Adicione os ovos e bata. Acrescente o purê de ameixa, a calda de maçã e a pitada de sal e misture. Por fim adicione a farinha peneirada e mexa. Passe a mistura para as formas de muffin e coloque dentro de uma forma maior para cozinhar em banho-maria. Preencha a forma de baixo com água fervente até atingir a metade da forma de muffin. Imediatamente cubra com papel alumínio e leve ao forno preaquecido a 180C por 30-45 minutos ou até que um palitinho saia limpo quando inserido no centro do bolinho. Retire do forno e deixe esfriar levemente. Para preparar a calda de caramelo derreta a manteiga em fogo baixo e em seguida junte os demais ingredientes. Deixe cozinhar até o açúcar estar dissolvido. Coloque os bolinhos na calda de caramelo e sirva com mais caramelo e creme de leite.