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domingo 19 maio 2024
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Coluna Espírita – Sobre os médiuns

Coluna Espírita – Sobre os médiuns

• Espírito Camilo – Psicografia de Raul Teixeira – Niterói/Rio de Janeiro
O que é um médium?
Conforme a conceituação do próprio Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, médium, em tese, é toda pessoa que sente, num grau qualquer, a interferência dos Espíritos em sua mente. No mesmo item, não obstante, Kardec estabelece o entendimento usual quanto ao conceito de médium, afirmando que são qualificados como médiuns aqueles em quem a faculdade é bem caracterizada, apresentando efeitos patentes de certa intensidade (O Livro dos Médiuns, cap. 14 item 159), quer dizer, pessoas em quem os fenômenos são claros, de fácil identificação, nitidamente observáveis, mostrando certa pujança.
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A faculdade mediúnica se baseia nos recursos da mente ou do corpo do médium?
Enquanto captação ou registro do mundo invisível, o fenômeno se passa ao nível da mente. As mensagens são transmitidas de uma a outra mente. A exteriorização delas, contudo, acha-se na dependência do sistema neurológico do médium.
Por mais que alguém se afirme médium psicógrafo, psicofônico ou de efeitos físicos, ou seja apontado como tal, isso somente se confirmará quando esse alguém passar a escrever, a falar ou a provocar fenômenos físicos sob o controle dos desencarnados. Assim, podemos compreender que a exteriorização de vasto espectro de mediunidades só se dá por meio do corpo físico.
Há faculdades mediúnicas tais como a vidência, a audiência, a inspiração mediúnica, que não se exteriorizam através do corpo. No entanto, são de mais difícil comprovação. Enquanto naquelas há como se examinar os conteúdos mediúnicos obtidos e analisá-los, verificando sua autenticidade, nessas últimas o exame terá que ser mais exigente, haja vista que os fenômenos são subjetivos, “impalpáveis”, detendo grandes possibilidades de ser confundidos com produtos da mera imaginação, tipicamente anímicos, decorrentes de muitas mentes excitadas e ansiosas, que julgam estar “vendo”, “ouvindo” ou “sentindo” coisas elaboradas por elas mesmas. Não é à que toa que Allan Kardec propõe que “há muito que desconfiar dos que se inculcam possuidores dessa faculdade” (O Livro dos Médiuns, cap. XIV, item 171) ao se referir à vidência.
Então, podemos dizer que a faculdade mediúnica se apoia tanto nos recursos da mente quanto nos do corpo do médium, quando estamos lidando com médiuns encarnados.
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Pode-se dizer que a faculdade mediúnica é hereditária?
A faculdade mediúnica em si mesma não pode ser considerada como transmissível de pais para filhos, pelo fato de constatarmos que, em geral, filhos de médiuns costumam também apresentar características mediúnicas.
O que se passa é que todo Espírito que vem para a reencarnação, com deveres a serem atendidos na esfera da mediunidade, renasce com um sistema nervoso apropriado ao estabelecimento dos contatos entre as diferentes dimensões, a dimensão física e a espiritual. Desse modo, esses reencarnados com tarefas mediúnicas a cumprir são facilmente sensibilizados, psíquica e neurologicamente ao contato com seres da dimensão espiritual ou desencarnados.
São comuns, dessa maneira, os tremores gerais ou parciais, os calafrios, a taquicardia, a bradicardia, as paralisias, as hipo e hipermotricidade, a hipersudorese, correspondendo a efeitos biológicos da influência mediúnica, graças às reações do sistema nervoso, quando atuado por fluidos de desencarnados.
Ora, os pais médiuns, assim, transmitem a seus filhos certas características biológicas que, sem dúvida, são hereditárias. E por que determinados Espíritos encarnam filhos deles e herdam tais características? Porque deverão desincumbir-se de compromissos importantes com a vida, no campo mediúnico.
Não há acasos na lei de Deus.
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Qual a finalidade fundamental da mediunidade?
Ao facultar às Suas criaturas encarnadas na Terra o registro de outras dimensões espirituais, o Criador abre-lhes as portas para o contato com suas origens e a chance do incentivo para o seu progresso geral.
É graças à faculdade mediúnica que nos sabemos imortais. É daí que nos advém a certeza de que a morte, como final irrecorrível de tudo, é uma quimera.
Como a mediunidade permite aos encarnados o contato amplo com os desencarnados sublimados, com os medianos e com os que se acham em estados lamentáveis, a Divindade aproveita para propiciar aos Seus filhos de boa vontade a chance de se fazerem úteis, por meio da prestação de serviços a si e ao semelhante, seja transmitindo os “recados” do Invisível para a Terra, possibilitando sua iluminação, sua libertação moral, seja possibilitando a orientação e o consolo de incontáveis massas de desassisados e enfermos, de ignorantes das questões da alma e desesperançados em face das próprias vidas.
Enfim, a mediunidade é a porta que permite a manutenção dos nossos contatos, os que estão nas teias corporais com os que delas já nos despegamos, com vistas à alimentação psíquica e à visão da eterna vida de que todos carecemos.