• Eder Andrade – Rio de Janeiro/RJ
Diante de um cenário mundial tão conturbado, buscamos orientações espirituais para conviver melhor com o que vem acontecendo.
Procuramos em Emmanuel um artigo sobre o exercício de uma fé raciocinada e da prática da caridade aos necessitados. No livro cujo título é Emmanuel, de 1937, psicografado por Chico Xavier, o Mentor Espiritual teceu considerações extremamente oportunas e contemporâneas ao momento que estamos vivendo em pleno século XXI:
“Almas enfraquecidas, que tendes, muitas vezes, sentido sobre a fronte o sopro frio da adversidade, que tendes vertido muitos prantos nas jornadas difíceis em estradas de sofrimentos rudes, buscai na fé, os vossos imperecíveis tesouros. Bem sei a intensidade da vossa angústia e sei de vossa resistência ao desespero. Ânimo e coragem! No fim de todas as dores, abre-se uma aurora de ventura imortal; dos amargores experimentados, das lições recebidas, dos ensinamentos conquistados à custa de insano esforço e de penoso labor, tece a alma sua auréola de eternidade gloriosa; eis que os túmulos se quebram e da paz cheia de cinzas e sombras, dos jazigos, emergem às vezes comovedoras dos mortos. Escutai-as!… elas vos dizem da felicidade do dever cumprido, dos tormentos da consciência nos desvios das obrigações necessárias”. (1)
Podemos observar que o atual momento histórico não é muito diferente dos diversos acontecimentos em séculos anteriores, marcados por guerras, conflitos, miséria moral, doenças e fome no cenário mundial.
Esses acontecimentos se repetem de maneira cíclica ao longo da História do nosso Planeta, chamando a atenção da Humanidade para a necessidade de um processo de renovação e mudança.
Muitos são aqueles que arregaçaram as mangas para o trabalho assistencial, procurando, dentro das suas poucas possibilidades, levar um alento àqueles que sofrem e passam por diversas necessidades.
Trabalhadores missionários, de diversas crenças religiosas, procuram auxiliar em prol do bem comum. Neste momento delicado, não nos faltam orientações espirituais:
“Todos os estados enfermiços da alma se assemelham, no fundo, aos estados enfermiços do corpo, solicitando remédio adequado que lhes patrocine a cura. Como, porém, obter a serenidade, quando somos impulsivos por vocação ou por hábito? Justo lembrar que assim como nos acomodamos, obedientes, para ouvir o professor trazido a ensinar-nos, é forçoso igualmente assentar a emotividade, na carteira do raciocínio, a fim de educá-la, educando-nos; e, aplicando os princípios de fraternidade e de amor que abraçamos, convidaremos os nossos próprios sentidos à necessária renovação”. (2)
No livro de Allan Kardec, O Céu e o Inferno, de 1865, na primeira parte, Cap. VII – “As penas futuras segundo o Espiritismo”, encontramos a explicação e interpretação para a seguinte frase bíblica “A cada um segundo suas obras”, em que Kardec, ao longo de 33 itens, explica a visão do código penal da vida futura.
Oportunas advertências para promovermos nossa Reforma Íntima. (3)
Muitos desejam colher frutos sem plantar sementes. Às vezes, é difícil explicar que, coletivamente, existem desajustes orgânicos e psíquicos necessários à nossa evolução e, não será de uma hora para outra, que ocorrerão mudanças tão significativas como acreditamos. Construiremos nossa evolução por meio do trabalho enobrecedor em prol do bem comum, priorizando a caridade e o exercício do amor ao próximo.
Referências:
1) Xavier, Francisco Cândido; Emmanuel (1937); Cap. 1 Almas Enfraquecidas: Aos enfraquecidos na luta (Emmanuel); Ed. FEB.
2) Xavier, Francisco Cândido; Rumo Certo (1971); Cap.: 19 Conquista Íntima (Emmanuel); Ed. FEB.
3) Kardec, Allan; O Céu e O Inferno; Cap. VII Código.
penal da vida futura; Ed. FEB.