• Gerson Sestini – Rio de Janeiro/RJ
Scheilla
Em plena Segunda Guerra Mundial, década de 1940, na cidade de Macaé, estado do Rio de Janeiro, o conhecido e extraordinário médium de efeitos físicos, Peixotinho (Francisco Peixoto Lins), em seus trabalhos dedicados às vítimas daquele conflito, militar que era, entra em contato com o espírito que se nomeava “O Fuzilado”, o qual narra aos componentes de seu grupo os sofrimentos pelos quais passavam seus compatriotas. Depois de se identificar como Rudolph Fritz, confessa que fora morto porque desobedeceu à ordem de seu superior que o ordenara fuzilar prisioneiros de guerra, acabando fuzilado junto deles em represália. Rudolph conta, então, que era de família espírita. Ao ser convocado para a guerra, fora alertado pelo seu pai médico para que nunca cometesse homicídio, ao que ele lhe respondera que não seria esse seu trabalho, pois também era médico. Rudolph cumpriu fielmente seu conselho, preferindo a própria morte a tirar a vida de quem quer que fosse.
Em uma de suas mensagens através de Peixotinho, o referido espírito, no Grupo Espírita Pedro, de Macaé, em 1943, pede preces para sua irmã, enfermeira, que corria risco de vida em sua pátria. A cidade de Hamburgo sofreu o catastrófico bombardeio (“Operação Gomorra”) iniciado pelos aliados em maio daquele ano e, nele, sua irmã, entre milhares de vítimas, desencarna em julho. As falanges que atuavam com Peixotinho a trouxeram para o plano astral de nosso país. Aqui, agora como espírito desencarnado, já recuperado em suas faculdades, inicia suas atividades na cura de doentes. Materializa-se muitas vezes através de Peixotinho, em sessões acompanhadas por Francisco Cândido Xavier como médium, não só para psicografar mensagens, mas também para materializações.
Identificando-se com a comunidade brasileira, trabalhando incansavelmente em auxílio aos doentes, o que só aumentava sua luminosidade, o espírito Sheilla exalava carisma e perfume característico. Tornou-se, assim, protetora de núcleos espíritas que se dispersaram pelo país. A beleza de seu rosto, suas tranças louras, os olhos azuis esverdeados, apresentados nas materializações, encantavam a todos, associando-a à sua amorosa vibração.
Assisti, pessoalmente, a várias comunicações psicofônicas de Scheilla; uma delas através de Divaldo Pereira Franco, em casa do senhor José Gonçalves na capital paulista, um espírito de escol aquele senhor, muito ligado a ela e a Chico Xavier. O espírito Sheilla emocionou o próprio médium, sua voz fluía entre lágrimas, carregada de sotaque nas palavras entre o português e o espanhol, brindando-nos com linda mensagem.
Segundo narrativas de espíritos, Scheilla nasceu em Berlim em 1922, e desencarnou em Hamburgo em 1943.
Esse iluminado espírito auxiliava também outros médiuns, como Chico Monteiro, dotado da faculdade de cura, recentemente desencarnado.
Em seus trabalhos de atendimento aos doentes em que estive presente, em Rio Novo, MG, pude confirmar o perfume com o qual Sheilla se identifica através dos diferentes médiuns com os quais atua, que é o de rosas.
Consta que, em uma de suas anteriores existências, Sheilla reencarnou no século XVI, na França, como Baronesa de Chantal, a virtuosa viúva que se destacou em obras caritativas da Igreja Católica, ao lado de Francisco de Sales (1567-1622), sendo ambos canonizados, ela como Santa Joana Francisca de Chantal (1572-1641). Seu confessor e diretor espiritual no final da existência foi o não menos iluminado Vicente de Paulo (1581-1660). Daí deduzimos o motivo de tanta luz vinda desse amável espírito.
Coluna Espírita – Espíritos ligados à Alemanha atuantes no Brasil (PARTE II)
maio 13, 2025RedaçãoColuna Espírita (Agê)0Like
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