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domingo 19 maio 2024
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Coluna do Crisante – Tempos bons do samba em Taubaté

Coluna do Crisante – Tempos bons do samba em Taubaté

Quem foi aplaudiu, curtiu e dançou. E relembrar é viver! Há tempos, na casa de shows “Aloha Music Hall”, que ficava na estrada nova Taubaté-Tremembé, foi palco onde astros e estrelas deram um show de samba de raiz, em outubro de 2011

Foram momentos inesquecíveis em que jovens e a velha-guarda ocuparam o mesmo espaço, e puderam reviver a glória do verdadeiro samba.

A galera pode conferir o clima contagiante e, ainda, marcaram presenças os sambistas mangueirenses de carteirinha de Taubaté.

Confesso que matei saudades e, ainda, tive a oportunidade de cumprimentar e trocar algumas palavras com Jorge Aragão, já na saída do camarim. Foi incrível, mas fui cantando em seu ouvido um dos primeiros sambas de Lecy e ele continuou a cantar me abraçando por alguns metros.

O contato que mantive com Lecy foi interessante, embora cansada lembramos de uma das primeiras músicas cantadas junto à bateria nota 10, sobre a regência de mestre Waldomiro, da Estação Primeira de Mangueira, na década de 70. Naquela época, a Verde-Rosa ainda não era coberta e o samba amanhecia com os compositores e puxadores sob a luz da lua iluminando a boemia .

Ícone do carnaval carioca, Lecy Brandão ainda menina mostrou toda sua garra de sambista e tornou-se uma brilhante compositora e cantora. Com espírito de liderança e, acima de tudo, vivenciou toda a trajetória desse ritmo tipicamente brasileiro . Sem dúvida, é uma das melhores comentaristas do maior espetáculo que é o Carnaval.

Conhecedora de todos os quesitos no julgamento dos desfiles das escolas de samba, também se prima pelo contato com as comunidades, que é o esteio das agremiações.

E, finalmente trouxe um pouco de sua bagagem para São Paulo, fazendo o samba da “vela”, juntamente com a saudosa Bete Carvalho, outra mangueirense de raiz. Desta forma, elevou ainda mais o nosso ritmo.

Eu pude repetir o mesmo gesto daquele samba cantado por ela, naquela noite na quadra, na década de 70. Ao descer do palanque da mangueira, dei um beijo em seu rosto e disse : “Esse é o samba da noite!”. O samba que marcou a sua carreira interpretada naquela ocasião foi: “Quero sim, Mais um pouquinho de inspiração……”

Como humilde compositor taubateano, estive participando das grandes decisões da escola com Lecy. Foi em 97 com o enredo “O Olimpo é verde-rosa” e em 98 “Meu Guri”, em homenagem a Chico Buarque de Holanda. Disputavam 68 sambas, e para surpresa de todos venceram os irmãos Villas Boas de São Paulo.