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sábado 18 maio 2024
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Coluna do Crisante – Semana da Literatura: de 1 a 7 de maio

Coluna do Crisante – Semana da Literatura: de 1 a 7 de maio

Dia primeiro de maio foi comemorado o dia da Literatura Brasileira, com homenagens a José de Alencar.
Embora não seja o escritor homenageado, vou contar uma passagem de Rui Barbosa.

OS PATOS DE RUI BARBOSA
Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.
Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo, e o surpreendeu ao tentar pular o muro, com seus amados patos. Enfurecido disse ao bandido:
–Oh, bucéfalo anacrônico! O interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, disse:
– Dotô, eu levo ou deixo os pato?

O ROUBO DE UM VIOLÃO EM TAUBATÉ
Aqui em nossa cidade aconteceu um caso semelhante, em que também houve furto de um violão, numa serenata. O pseudônimo do moço já dizia tudo:
Zé Larápio, aquele fanho muito conhecido pelo Largo do Chafariz.
O dono do violão foi até a delegacia de polícia e registrou a queixa, acusando o tal Zé Lárapio. O delegado pediu que apresentassem três testemunhas, e ainda intimou o ladrão.
No dia marcado, todos compareceram para depor.
E o delegado iniciou o interrogatório:

–Zé Larápio, você se cale! E se abrir a boca lhe ponho no xadrez.
Na sequência do interrogatório, o delegado perguntou à primeira
testemunha:
— O senhor conhece o ladrão?
A testemunha respondeu que sim. O delegado completou:
— O senhor viu quando ele pegou o violão?
— Foi ele doutor delegado, eu tenho certeza! Mas não vi ele pegar o violão.
Para a segunda testemunha, o delegado fez a mesma indagação. E a ela esclareceu:
— Eu conheço o Zé Larápio, doutor! Foi ele mesmo que roubou o violão. Eu não vi, mas ele já roubou a minha casa… Mas foi ele.

Finalizando o interrogatório, com a terceira testemunha, o delegado enfatizou:
— O senhor o viu ele pegando o violão?
— Bem, ver eu não vi, mas foi ele! Todo mundo o conhece. Ele já roubou galinha e pato de minha casa. Pode prender que foi ele!
O delegado sentenciou:
—Meus senhores, em virtude de não ter provas suficientes, eu vou liberar o meliante.
Em seguida, o doutor se dirigiu ao meliante e lhe perguntou:
–Você tem alguma coisa a dizer, Zé Larápio?!
Zé, todo encabulado, fez a seguinte indagação:
— Doutô, o que eu faço agora com o violão?

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