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quinta-feira 2 maio 2024
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Cambuci e frutas nativas da Mata Atlântica são tema de festival gastronômico em Paraibuna

Cambuci e frutas nativas da Mata Atlântica são tema de festival gastronômico em Paraibuna

Programação inclui venda de produtos e apresentações musicais na praça da matriz, seminário, workshop, aula-show e visitas técnicas

De olho no potencial socioeconômico que representam o Cambuci e outras frutas nativas da Mata Atlântica e na possibilidade de organização de uma cadeia produtiva visando à sua utilização da merenda escolar à gastronomia, Paraibuna realiza nesse final de semana, de quinta-feira, 17, a domingo, 20, sua 14ª edição do Festival Gastronômico do Cambuci, uma das principais espécies nativas, com incidência na região da serra do Mar, principalmente em Paraibuna e Natividade da Serra, que é o município maior produtor da fruta no Estado.

“As frutas nativas desta região possuem sabor e aroma atrativos, com propriedades nutricionais, antioxidantes e antibacterianas, além de grande potencial econômico e ambiental”, afirma Amely Fauser, presidente do Instituto H&H Fauser. O evento é promovido conjuntamente pelo Instituto, pela Fundação Cultural Benedicto de Siqueira e Silva e pelo Departamento de Planejamento e Turismo da prefeitura local, com apoio da Atlas Florestal, The Nature Conservancy Brasil (TNC), Câmara Municipal e Casa da Agricultura.

Programação

A programação começou nessa terça-feira, 15, com a apresentação do Dedim de Prosa no Instagram, um bate papo virtual, que abordará diversos aspectos relacionados às frutas nativas, tendo como primeiro convidado, o consultor do Sebrae, Guilherme Santos que vai falar sobre a organização de cadeias produtivas.

Nesta quarta-feira, 16, a participação é da produtora rural Violeta Martínez Zepeda, do sítio Sítio Alto da Serra – um dos pioneiros no cultivo e processamento de cambuci, localizado em Natividade da Serra –, seguida do chef Ronaldo Canha, destaque da gastronomia no Rio de Janeiro (quinta-feira) e da Coordenadora Substituta da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Adriana Verdi (sexta-feira).

Na quinta-feira, o Festival será oficialmente aberto, com barracas de produtos à base de Cambuci e outras frutas e apresentações musicais na praça da Matriz. Na sexta-feira e sábado ser realizado o seminário “Frutas Nativas e Agrofloresta, Restauração e Geração de Renda Rumo à Soberania Alimentar”, além de workshops, aulas-show e visitas técnicas a uma propriedade e uma agroindústria.

O objetivo do seminário, segundo Amely Fauser, é sensibilizar técnicos de prefeituras, organizações da sociedade civil e produtores rurais para a restauração produtiva em agroflorestas de frutíferas nativas da Mata Atlântica, a partir de políticas públicas ligadas ao PNAE, PSA e Compensação de Carbono.

Levantamento

Um levantamento realizado em 2021 pela Rede Apoena Vale do Paraíba, conjuntamente com o Instituto H&H Fauser, com apoio da Conexão Mata Atlântica, aponta a existência de cerca de 30 produtores de frutas nativas na região do Alto Paraíba, com maior incidência de jabuticaba, cambuci, uvaia, grumixama, do juçara, cereja do rio grande e algumas espécies de araçás.

No entanto, a grande maioria das frutas ainda é desconhecida com exceção da jabuticaba e da goiaba, mais facilmente encontradas nas gôndolas de mercados, feiras e outros pontos de comercialização, in natura ou na forma de sucos, sorvetes ou como ingredientes de pratos doces e salgados.

O consumo destas frutas também é uma forma de incentivar a interação e integração de seus produtores, fomentando o Polo Florestal do Vale do Paraíba, a restauração florestal e a cadeia produtiva.

“Ou seja, quando alguém consome uma fruta nativa, colabora com a manutenção da biodiversidade, auxilia na melhora da qualidade de vida dos pequenos produtores – que sofrem com a perda da produção – e fortalece o comércio local e regional, impactando positivamente direta e indiretamente a vida dos moradores locais que trabalham nestes comércios”, resume a coordenadora.

Cambuci

Segundo alguns estudiosos, o nome kãmu-si é de origem tupi guarani e significa pote d’água por ter a fruta o formato semelhante a um vaso de cerâmica; outros preferem a junção das palavras camb+cy, o que significa “seio de mãe”. É uma fruta rica em vitamina C e fonte de antioxidantes, importantes para o combate ao estresse, prevenção do envelhecimento e de doenças degenerativas, além de ter um potencial inibidor de enzimas relacionadas com a incidência de diabetes tipo 2. Além do uso em receitas de sobremesas e outros pratos, também é muito utilizado na produção de licores e na cachaça.