Search
sexta-feira 13 junho 2025
  • :
  • :

ALTA RODA – Vendas no varejo não vão tão bem como se esperava

Há sete meses pela frente até o encerramento do ano e o cenário pode melhorar, mas surge alguma preocupação com o curto prazo. Ainda se desconhece como o anunciado e ainda em discussão aumento do IOF pode repercutir nas vendas de veículos leves e pesados. Juros de financiamento são afetados também pelo nível de inadimplência que, por enquanto, não preocupa muito, porém acende uma tênue luz amarela. Em maio, além de discreta elevação, prestações em atraso superior a 90 dias atingiram o maior percentual (5%, pessoa física) desde fevereiro de 2024.

Venderam-se em maio 225,7 mil veículos: 8,1% a mais que abril. A média diária de vendas subiu 3%. No acumulado desde janeiro as vendas totais (varejo e atacado) atingiram 986,1 mil unidades, elevação de 6,1% quase o mesmo percentual de 6,3% previsto pela Anfavea para 2025. Há um aspecto que chamou a atenção do presidente do novo presidente da entidade, Igor Calvet: “Emplacamentos de veículos importados subiram 19,1% nos primeiros cinco meses do ano, enquanto os de produção nacional apenas 3,4%. As 189,8 mil unidades vendidas até maio equivalem à produção anual de algumas das fábricas aqui instaladas.”

Os importados representaram 19,2% das vendas totais no mercado brasileiro nos primeiros cinco meses. Ainda não se comparam aos 31% que os veículos vindos do exterior já ocuparam em 2011, pois na época grande parte vinha da Argentina para onde também segue a maioria das exportações brasileiras em um balanço superavitário para o País. Mudanças nos impostos encolheram as importações nos anos seguintes.

Argentina representou 24% do crescimento de veículos importados e China 27%, quando comparados janeiro a maio de 2024 e o mesmo período de 2025. Com a inauguração nas próximas semanas de instalações de duas marcas chinesas (BYD e GWM) o cenário vai se alterar, mas o conteúdo de componentes nacionais será pífio por prazo indeterminado. De qualquer forma, sempre é melhor do que importação de veículos prontos que geram empregos apenas no comércio e não na indústria.

Por outro lado, as exportações de veículos brasileiros de janeiro a maio (213,5 mil unidades) cresceram 56,6 % em relação ao mesmo período de 2024 graças à grande recuperação do mercado argentino que tem apresentados altos e baixos constantes. Os dois países têm produção complementar.

Quanto à divisão do mercado de autos e comerciais leves por tipo de motorização, nos cinco primeiros meses, praticamente nada se alterou em comparação ao mesmo período de 2024: gasolina, 4,6%; elétrico, 2,6% (2,5%, em 2024); híbrido, 3,7%; híbrido plugável, 3,6%; diesel, 10,8% e flex, 74,7%.

Bronco Sport 2025 evolui e mantém preço

Importado do México sem o imposto respectivo de 35%, o SUV médio da Ford ganhou nova grade, protetor de aço no para-choque dianteiro, alargadores de para-lamas e frisos laterais; atrás, novo para-choque e defletor no teto. O interior também recebeu melhorias: novo quadro de instrumentos digital de 12,3 pol., central multimídia com tela ampliada para 13,2 pol. e conectividade sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, bancos de couro com ajustes elétricos e memória para o motorista, volante com aquecimento e alça de apoio no console.

O Bronco Sport evoluiu na capacidade fora-de-estrada. Agregou ao controlador automático de cruzeiro a condução com um só pedal em fora de estrada, dois novos modos de atuação (Off-Road e Rally), medidores de ângulos de inclinação em tempo real e câmera 360º. Motor 2-litros turbo, gasolina manteve 253 cv e 38,7 kgf•m (houve melhorias nas curvas de potência e torque). Câmbio é automático epicíclico de oito marchas e tração 4×4.

Em primeiras impressões ao volante da versão única de topo Badlands, entre São Paulo e Cabreúva (SP), destacaram-se as respostas mais imediatas ao acelerador que favoreceram ultrapassagens e boas retomadas, além da direção eletroassistida bem calibrada nos trechos rodoviários e urbanos.

Longe do asfalto, reforçou sua vocação aventureira: encarou lama, areia e terrenos acidentados sem titubear. Altura livre do solo (220 mm), ângulos de entrada (30°), saída (26,7°) e de transposição em rampa (20°), além da capacidade de imersão de até 600 mm, aliados aos pneus todo-terreno 225/65 R17 Pirelli Scorpion demonstraram sua disposição para desafios mais radicais.
Preço sem alterações (pelo dólar um pouco mais baixo): R$ 260.000.

Série especial da RS 6 Avant GT já está nas ruas

Apenas 10 unidades da station wagon (perua, como muitos chamam ou camioneta, nome correto em português) destinaram-se ao Brasil e a Audi iniciou agora a entrega do lote ao preço unitário “sugestivo” de R$ 1.999.990. Nove unidades foram vendidas em menos de dois meses, de um total de 660 fabricadas para os mercados mundiais. Dos compradores, quatro moram no Estado de São Paulo (três na capital) e os outros cinco no Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

As stations perderam quase toda sua atratividade para os SUVs ao redor do mundo por um modismo difícil de entender. Ainda existem “inconformados” na Alemanha, principalmente, e na Itália. No total serão 660 unidades produzidas e sua montagem final feita por sete especialistas que agregam partes exclusivos: capô, para-lamas dianteiros e traseiros, painéis laterais e aerofólio traseiro duplo.

Além da pintura especial com rodas de 22 pol. brancas, o melhor está sob o capô: um V-8, 4-L, biturbo, 630 cv e arrasadores 86,7 kgf•m. Tração é integral quattro e o câmbio automático epicíclico de oito marchas tem seleção manual sequencial.

O conjunto motriz provê aceleração de 0 a 100 km/h em 3,3 s. De 0 a 200 km/h — apreciado na Alemanha —, leva apenas 11,5 s (mesmo tempo que um Polo TSI automático, automóvel mais vendido no Brasil, consegue atingir de zero até a metade dos 200 km/h). Velocidade máxima padrão de 305 km/h.

Volvo reinventa o cinto de segurança

Poucos sabem que a grande evolução do cinto de segurança para veículos, inicialmente com apenas dois pontos de fixação subabdominais (como nos aviões), foi iniciativa e patente da Volvo, em 1959, que a cedeu sem custo para qualquer fabricante. O engenheiro mecânico sueco Nils Bohlin (1920-2002) aceitou o desafio de desenvolver o cinto de três pontos e em apenas três meses ficou pronto.

Nem todos os fabricantes aderiram de imediato porque muitos motoristas se incomodavam com o seu uso. Contudo, recebeu aperfeiçoamentos entre os quais a regulagem de altura da ancoragem superior na coluna central e mecanismos suaves de acionamento para engate e desengate da fivela. Estima-se bem mais de um milhão de vidas salvas até agora.

Passados 65 anos, a marca sueca comprada em 2010 pela chinesa Geely, depois de enfrentar fase pré-falimentar que por pouco não a fez sucumbir, lança agora um novo tipo de cinto multiadaptável em parceria com a autopecista alemã ZF Lifetc.

Sensores analisam altura, massa, formato do corpo e posição sentada do ocupante. Em caso de colisão, atualmente há apenas três perfis de limitação de carga, enquanto o novo saltou para onze. Um ocupante mais alto receberá carga maior de retenção para reduzir ferimentos na cabeça, enquanto outro de estatura menor terá impacto reduzido nas costelas.

Em milissegundos, conforme o acidente, o sistema determinará quanta força o cinto de segurança deve aplicar. Com dados adicionais obtidos em colisões se poderão alterar estratégias de resposta com atualizações remotas enviadas pelo ar.

O SUV EX60, no próximo ano, será o primeiro a receber os novos cintos.