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terça-feira 7 maio 2024
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A dobrada do século ou medo de andar e ser feliz sem o passado?

A dobrada do século ou medo de andar e ser feliz sem o passado?

A cada passo da sociedade há sempre um senão, que insiste em revolver a terra a fundo, colocando tudo em um fora de lugar. A história estremece quando o ontem vira presente e ameaça o futuro com suas botas longas. Ninguém resiste tamanha incompreensão. Parece que tudo virou sacanagem e tem sido feito no arrebite das horas falsas que insistem em consolidar-se no desespero, na falta de fé, na volatilização da justiça que vem sempre se impor a revelia de qualquer processo social.
A efemeridade com a história tem sido tratada não ajuda construir o futuro, que sua vez não insiste em si mesmo abrindo espaço para o protagonismo. É só pensar um pouco que encontramos no meio do pragmatismo uma sociedade dilacerada pela sua falta de fé na vida. Enquanto as coisas vão se solidificando a revelia da construção de um pensamento salutar, cercado de verdades e ações trabalhadas no seio da própria sociedade, não haverá nada para fazer, a não ser chorar o tempo perdido. Toda vez que falamos sobre a perda de identidade, sempre surge questões políticas que foram desconsideradas pelo seu próprio atavismo, ou seja, ser dois é ser nenhum, ninguém. Sem essa alteridade não há história que resista pelo menos no tange a sua própria concepção de lugar no desvairar do tempo que nunca pode ser al
heio a si mesmo.
Em qualqu,er tempo é preciso saber que há um fazer e uma mudança em marcha que nos dá sustentação histórica de todas as ações propostas através de um projeto verdadeiro de nação. Uma nação que na acepção do termo deveria crescer em sua base acaba por expor todas as fragilidades geradoras dessa anemia do sistema, tornando-se incapaz de sobreviver aos ataques orquestrados pelos donos do poder que fazem mídia um ponto de exploração das riquezas produzidas pelo povo. Pensando com essa cabeça não há nada novo, mas um desaconselhamento imposto pela realidade que no mais das vezes acaba por sedar aos mais lúcidos dos pensadores para se avantajar na exploração do trabalho e, principalmente o das massas.
Como filhos do nosso próprio tempo precisamos se interar mais da realidade, buscando informação sobre o poder e as suas vicissitudes. Esse cotidiano é mais complexo do que possamos imaginar. Ele tem nuances que se reportam a um certo corporativismo de classe. Há muitas sutilezas, todas cercadas de informações falsas. Todas são conduzidas por interesses que permeiam as vantagens das elites e a burocracia institucionalizada no poder. Não há lateralidade, mas há sim, um afunilamento claro das ideias como forma de torpedear a verdade das coisas em todas as direções para gerar esquecimento ou tumulto no imaginário social. Não podemos entrar nesse faz de contas que vem conduzindo o mundo para dentro de uma verdadeira guerra híbrida que, de maneira planejada pelos donos do poder usa as vicissitudes do estado como açodamento da realidade, mascarando os interesses locais em detrimento da exploração global.
Em meio a todas essas mazelas, temos uma ação orquestrada pelos aproveitadores do poder que usam repetidamente as mídias sociais para ampliar o jogo entre o centro e a periferia. A situação vem sendo trabalhada com muito mais perfeição do que o modelo inicial e, para isso, basta olharmos para os casos de combate à corrupção na América Latina, que com suas cartas marcadas por um carimbo de poder dos EUA, tem feito mais vítimas do que possamos imaginar. Se formos enumerar todas as situações teríamos que dedicarmos muito mais tempo para estudar cada detalhe, mas o grosso modo temos a entrega do petróleo, a falência da indústria pesada, a desorganização da sociedade, os discursos fora de contexto que justificam tudo através de uma culpa potencializada contra as massas trabalhadoras que em muitos casos acabam como massa de manobra do poder. Estamos cada vez mais presos a essas situações que sempre aperfeiçoam seus modos de agir e explorar o trabalho em benefício do capital. Diante de tudo isso, pode-se dizer que a hora de pensar no futuro é agora, principalmente quando o nosso olhar ainda permite ver através da história recente os estragos dentro e fora do poder em todas as suas instâncias que se estendem desde o poder Legislativo, Executivo, Judiciário e até mesmo no ponto mais fulcral da sociedade que é a família. Ou seja, esse fundo de poço não é tão raso quanto parece, mas que tem ainda muita água suja para ser drenada, isso tem uma dimensão exata e não é com uma canequinha submissa que isso vai se resolver. Pense nisso. Você existe ou finge que existe? Se existe, lute e se não existe deixe os outros cuidarem da sua existência, se aceitando na sua própria insignificância ou, então vá cuidar das suas mentiras nas redes sociais.